Você já percebeu que algumas pessoas parecem mais jovens ou velhas em relação à idade que têm? O corpo nem sempre acompanha o número de velas no bolo – afinal, os hábitos adotados ao longo da vida e condições do ambiente influenciam fortemente a maneira como a pessoa envelhece.
Na última década, pesquisadores têm encontrado maneiras de medir a idade epigenética do indivíduo. Ela se refere ao nível de envelhecimento das células e tecidos, e pode ser verificada principalmente pela metilação do DNA, que regula a expressão dos genes.
Uma série de fatores pode influenciar a idade epigenética: alimentação, exercício físico, estresse, sono, entre outros. Um novo estudo publicado no periódico Science Advances aponta um novo acelerador do envelhecimento do corpo: a exposição a longos períodos de calor extremo.
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A pesquisa avaliou apenas pessoas com mais de 56 anos. A idade média dos participantes era de 68 anos. Entre 2010 e 2016, cientistas coletaram sangue de 3.686 adultos estadunidenses de diferentes contextos socioeconômicos. Eles utilizaram três métodos de análise de DNA para verificar o envelhecimento epigenético e compararam os resultados com o histórico de calor extremo na cidade em que cada participante mora.
A definição de calor extremo leva em conta tanto a temperatura quanto a umidade do local, o que influencia a sensação térmica. É classificado como “cuidado” uma sensação térmica que varia de 26,7 ºC a 32,2 ºC. “Cuidado extremo” vai de 32,2 ºC a 39,4 ºC. E “perigo” considera sensações térmicas de 38,9 ºC a 51,1 ºC. Qualquer valor acima disso é considerado perigo extremo.
As pesquisadoras verificaram que morar em locais com mais dias de calor ao longo de um e seis anos aumenta a idade epigenética. O aumento foi de 2,48 anos de acordo com o método PCPhenoAge, 1,09 anos segundo o PCGrimAge, e 0,05 anos conforme o DunedinPACE.
O envelhecimento epigenético acelerado, por sua vez, está relacionado a maior risco de doenças e mortalidade. “O estudo oferece evidências fortes para guiar políticas públicas e iniciativas voltadas a desenvolver estratégias de mitigação das mudanças climáticas”, escrevem as autoras do estudo.
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