g1 viu show no Madison Square Garden, em Nova York, em 2024. Ela cantou letras confessionais com influência do indie rock e do emo para plateia de ‘mini roqueiras’. Olivia Rodrigo é carregada por pessoas no clipe de ‘Bad idea right?’
Divulgação/Facebook da cantora
Uma rápida olhada no público que lotou o Madison Square Garden, ginásio em Nova York com capacidade para 20 mil pessoas, no ano passado, deixou clara a seguinte impressão. Muitas das fãs de Olivia Rodrigo são “mini roqueiras”. Elas usavam jaqueta de couro, meias calças calculadamente rasgadas e cabelos atrapalhados, mas nem tanto.
O g1 viu o primeiro dos quatro shows que Olivia fez no lugar. A cantora americana de 21 anos tem dois álbuns com letras confessionais e som cheio de influência do indie e do emo.
Desde que despontou em 2021, Olivia ajudou a consolidar um pop rock com versos sinceros e angustiados sobre a vida de uma jovem adulta. A sonoridade passa por estilos como o rock alternativo do Weezer (o primeiro show no qual ela diz ter ido) e o pop punk do Paramore.
Como é o show?
Olivia Rodrigo em show da turnê ‘Guts’ em Nova York, em abril de 2024: camisa homenageando Carrie Bradshaw; perto da plateia; em uma ‘lua’ suspensa; e com suas dançarinas
g1
O show tem cenário simples com um mega telão no fundo. Várias estrelas estão penduradas no teto por todo o ginásio, como se fossem móbiles gigantes. Só uma parte dessa estrutura deve vir ao Brasil, é claro. Olivia canta acompanhada por um quinteto: duas guitarras, baixo, bateria e teclado. “Quero que vocês gritem o máximo que puderem e pulem o máximo que puderem”, ela convida.
Na maior parte do tempo, apresenta um show de pop rock, com figurinos brilhantes (mas pouco mirabolantes); e sem tantas danças ou qualquer outro expediente usado por grandes popstars. Em músicas como “Traitor”, tem a companhia de oito dançarinas. Em “Pretty isn’t pretty”, as bailarinas se portam como adolescentes robôs: ficam se maquiando e segurando um espelho.
Ao vivo, a maioria dos arranjos funciona. Os destaques são as versões mais grooveadas e aceleradas de “Vampire” e “Jealousy, Jelousy “.
Fica fácil notar que, por enquanto, a voz e a performance combinam mais com canções mansas e menos com as mais pesadas. Quando precisa de um vocal mais agressivo, Olivia ainda fica aquém da performance em estúdio. Nas partes mais mansas, flutua em mais de um sentido.
Durante as baladas “Logical” e “Enough for you”, ela se apresenta sentada em uma “lua” suspensa, que dá uma volta em todo o ginásio. Infelizmente, a cena não deve rolar no Lolla. Tudo bem, nada disso supera o momento em que faz uma apresentação piano e voz no começo do primeiro sucesso, “Driver’s License”.
Olivia Rodrigo no Grammy 2022
Rich Fury / Getty Images via AFP
Em certos improvisos a partir de imagens que aparecem no telão e quando comanda a catarse geral (“Gritem lá do fundo sobre algo que esteja incomodando vocês!”), Olivia é uma das popstars mais naturais das quais já se teve notícia. Até as interações olhando para a câmera, obviamente ensaiadas, são singelas, sem exagero.
No fim, ela volta para o bis vestindo uma camisa em homenagem a Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker na série “Sex and the City”. Foi o jeito dela de homenagear Nova York e de se referir a uma série que terminou há mais de 20 anos, mas voltou a ser vista pelas mais novinhas neste ano.
Nesta turnê, ela sempre usa uma camisa com alguma frase que remete ao lugar onde está se apresentando. Qual será a escolha para representar São Paulo?
Antes do show, rock feminino
Olivia Rodrigo mostra a fita cassete de seu primeiro álbum, ‘Sour’
Divulgação/Facebook da cantora
Antes de Olivia, uma playlist já deixava clara a intenção da cantora: apresentar ícones femininos do rock para suas jovens fãs. “Rebel girl”, do Bikini Kill; “Cherry bomb”, de The Runaways; e outros rocks cantados e tocados por mulheres dominam a playlist.
A atração de abertura seguiu a mesma ideia: o Breeders, grupo de rock alternativo formado no final dos anos 80 e liderado por Kim Deal, ex-baixista do Pixies. “Minha vida pode ser dividida em dois momentos: antes e depois de ouvir ‘Cannonball’. Que honra tocar aqui com elas”, disse Olivia depois, citando o maior hit do grupo.
O show de 40 minutos recebeu aplausos, é claro, mas acabou se tornando uma ótima trilha para selfies e compra de itens como camisas de US$ 50. Em algumas partes mais distorcidas, teve até criança tapando os ouvidos com os dedos ou reclamando com suas mães. Os banheiros masculinos estavam quase sem ninguém, o que comprovou a presença menor de pais.
Isso não é rock! Isso não é rock?
Olivia Rodrigo
Divulgação/Universal Music
Quem diz que Olivia Rodrigo não tem nada a ver com rock deveria ouvir as versões ao vivo de todas as músicas. Seis delas, porém, são mais associadas ao rock:
“Brutal” tem som sujo e faz lembrar o rock feminino dos tempos do grunge. O som de bandas como Bikini Kill ecoa na canção de pouco mais de dois minutos.
“Get Him Back!” dá a impressão de que estamos diante de um rap rock, por conta do vocal falado. O refrão é bem melódico, com batidas marcadas e violão em primeiro plano.
“Bad Idea Right?” é outra com vocal mais falado, mas também tem um quê de bubblegrunge, o grunge (Nirvana, Pearl Jam) com pegada cantarolável e colante.
“All-American Bitch” traz arranjo que alterna dedilhados fofos e riffs distorcidos de guitarra, em uma versão pop do rock alternativo de bandas como Pixies e Weezer.
“Ballad of a Homeschooled Girl” é um pop rock com distorção nos instrumentos e vocais. A letra autodepreciativa também é outro trunfo da faixa.
“Good 4 U” tem tanta influência do Paramore, que Olivia fez um acordo com os membros da banda e os incluiu nos créditos para evitar um processo por plágio.
Divulgação/Facebook da cantora
Uma rápida olhada no público que lotou o Madison Square Garden, ginásio em Nova York com capacidade para 20 mil pessoas, no ano passado, deixou clara a seguinte impressão. Muitas das fãs de Olivia Rodrigo são “mini roqueiras”. Elas usavam jaqueta de couro, meias calças calculadamente rasgadas e cabelos atrapalhados, mas nem tanto.
O g1 viu o primeiro dos quatro shows que Olivia fez no lugar. A cantora americana de 21 anos tem dois álbuns com letras confessionais e som cheio de influência do indie e do emo.
Desde que despontou em 2021, Olivia ajudou a consolidar um pop rock com versos sinceros e angustiados sobre a vida de uma jovem adulta. A sonoridade passa por estilos como o rock alternativo do Weezer (o primeiro show no qual ela diz ter ido) e o pop punk do Paramore.
Como é o show?
Olivia Rodrigo em show da turnê ‘Guts’ em Nova York, em abril de 2024: camisa homenageando Carrie Bradshaw; perto da plateia; em uma ‘lua’ suspensa; e com suas dançarinas
g1
O show tem cenário simples com um mega telão no fundo. Várias estrelas estão penduradas no teto por todo o ginásio, como se fossem móbiles gigantes. Só uma parte dessa estrutura deve vir ao Brasil, é claro. Olivia canta acompanhada por um quinteto: duas guitarras, baixo, bateria e teclado. “Quero que vocês gritem o máximo que puderem e pulem o máximo que puderem”, ela convida.
Na maior parte do tempo, apresenta um show de pop rock, com figurinos brilhantes (mas pouco mirabolantes); e sem tantas danças ou qualquer outro expediente usado por grandes popstars. Em músicas como “Traitor”, tem a companhia de oito dançarinas. Em “Pretty isn’t pretty”, as bailarinas se portam como adolescentes robôs: ficam se maquiando e segurando um espelho.
Ao vivo, a maioria dos arranjos funciona. Os destaques são as versões mais grooveadas e aceleradas de “Vampire” e “Jealousy, Jelousy “.
Fica fácil notar que, por enquanto, a voz e a performance combinam mais com canções mansas e menos com as mais pesadas. Quando precisa de um vocal mais agressivo, Olivia ainda fica aquém da performance em estúdio. Nas partes mais mansas, flutua em mais de um sentido.
Durante as baladas “Logical” e “Enough for you”, ela se apresenta sentada em uma “lua” suspensa, que dá uma volta em todo o ginásio. Infelizmente, a cena não deve rolar no Lolla. Tudo bem, nada disso supera o momento em que faz uma apresentação piano e voz no começo do primeiro sucesso, “Driver’s License”.
Olivia Rodrigo no Grammy 2022
Rich Fury / Getty Images via AFP
Em certos improvisos a partir de imagens que aparecem no telão e quando comanda a catarse geral (“Gritem lá do fundo sobre algo que esteja incomodando vocês!”), Olivia é uma das popstars mais naturais das quais já se teve notícia. Até as interações olhando para a câmera, obviamente ensaiadas, são singelas, sem exagero.
No fim, ela volta para o bis vestindo uma camisa em homenagem a Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker na série “Sex and the City”. Foi o jeito dela de homenagear Nova York e de se referir a uma série que terminou há mais de 20 anos, mas voltou a ser vista pelas mais novinhas neste ano.
Nesta turnê, ela sempre usa uma camisa com alguma frase que remete ao lugar onde está se apresentando. Qual será a escolha para representar São Paulo?
Antes do show, rock feminino
Olivia Rodrigo mostra a fita cassete de seu primeiro álbum, ‘Sour’
Divulgação/Facebook da cantora
Antes de Olivia, uma playlist já deixava clara a intenção da cantora: apresentar ícones femininos do rock para suas jovens fãs. “Rebel girl”, do Bikini Kill; “Cherry bomb”, de The Runaways; e outros rocks cantados e tocados por mulheres dominam a playlist.
A atração de abertura seguiu a mesma ideia: o Breeders, grupo de rock alternativo formado no final dos anos 80 e liderado por Kim Deal, ex-baixista do Pixies. “Minha vida pode ser dividida em dois momentos: antes e depois de ouvir ‘Cannonball’. Que honra tocar aqui com elas”, disse Olivia depois, citando o maior hit do grupo.
O show de 40 minutos recebeu aplausos, é claro, mas acabou se tornando uma ótima trilha para selfies e compra de itens como camisas de US$ 50. Em algumas partes mais distorcidas, teve até criança tapando os ouvidos com os dedos ou reclamando com suas mães. Os banheiros masculinos estavam quase sem ninguém, o que comprovou a presença menor de pais.
Isso não é rock! Isso não é rock?
Olivia Rodrigo
Divulgação/Universal Music
Quem diz que Olivia Rodrigo não tem nada a ver com rock deveria ouvir as versões ao vivo de todas as músicas. Seis delas, porém, são mais associadas ao rock:
“Brutal” tem som sujo e faz lembrar o rock feminino dos tempos do grunge. O som de bandas como Bikini Kill ecoa na canção de pouco mais de dois minutos.
“Get Him Back!” dá a impressão de que estamos diante de um rap rock, por conta do vocal falado. O refrão é bem melódico, com batidas marcadas e violão em primeiro plano.
“Bad Idea Right?” é outra com vocal mais falado, mas também tem um quê de bubblegrunge, o grunge (Nirvana, Pearl Jam) com pegada cantarolável e colante.
“All-American Bitch” traz arranjo que alterna dedilhados fofos e riffs distorcidos de guitarra, em uma versão pop do rock alternativo de bandas como Pixies e Weezer.
“Ballad of a Homeschooled Girl” é um pop rock com distorção nos instrumentos e vocais. A letra autodepreciativa também é outro trunfo da faixa.
“Good 4 U” tem tanta influência do Paramore, que Olivia fez um acordo com os membros da banda e os incluiu nos créditos para evitar um processo por plágio.