Em um estudo feito por endocrinologistas da Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriu-se que a sucralose — um tipo de adoçante sem calorias — pode, apesar dos seus benefícios, aumentar a fome e o desejo por doces.
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A chave estaria nos estímulos recebidos pelo organismo durante a ingestão de alimentos doces: sem as calorias que o corpo está acostumado a receber junto a tais comidas, o hipotálamo, responsável pelo controle da fome, estimularia o consumo de mais comida.
Adoçantes e a fome
A pesquisa foi publicada na última quarta-feira (26) no periódico científico Nature Metabolism e baseou-se na comparação entre o uso de sucralose e o de açúcar comum. O estudo analisou 75 adultos, separados em três categorias: peso saudável, sobrepeso e obesidade. Eles consumiram bebidas contendo sucralose ou açúcar e passaram por ressonâncias magnéticas e testes hormonais em seguida.
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Nos participantes que ingeriram adoçante, a atividade cerebral e indicadores de fome apresentaram níveis maiores. O açúcar elevou níveis de insulina e do peptídeo GLP-1 no corpo, hormônios responsáveis pela saciedade, o que a sucralose não fez. A novidade do estudo está em olhar para esses dados ao invés de usar apenas relatos dos voluntários.
As ressonâncias também mostraram maior comunicação entre o hipotálamo e o córtex cingulado anterior — parte responsável pela tomada de decisões — nos examinados que consumiram adoçantes, indicando que a substância pode gerar comportamentos mais impulsivos. Não foram avaliados impactos de longo prazo, no entanto.
As mulheres tiveram alterações cerebrais mais acentuadas, sugerindo que o sexo pode influenciar nos efeitos. O próximo passo, segundo os cientistas, será estudar os efeitos de adoçantes em crianças e adolescentes, grupo mais vulnerável a mudanças que aumentam o risco de obesidade.
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