
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou na terça-feira, 22, que os chefes dos demais Poderes do Brasil foram convidados e irão acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no funeral do Papa Francisco.
De acordo com a Secom, os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), acompanham Lula na viagem ao Vaticano. A primeira-dama Janja Lula da Silva também irá ao funeral.
A previsão é que a comitiva saia do Brasil na noite de quinta-feira, 24, por volta das 22h. O retorno está previsto para sábado, após a cerimônia.

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Corpo do pontífice foi levado à Basílica nesta quarta (23); milhares acompanham despedida até o funeral no sábado (26)

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Lula adiou as viagens previstas para Rondônia e Pará para participar do enterro do pontífice, morto nesta segunda-feira, 21. Inicialmente, estavam previstas idas de Lula a Porto Velho na quinta-feira e Parauapebas na sexta-feira, 25. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), ainda não há previsão de quando tais viagens serão remarcadas.
O funeral
O funeral do papa Francisco será sábado às 5 horas, pelo horário de Brasília, na Praça de São Pedro, antes do sepultamento no mesmo dia na Basílica de Santa Maria Maggiore de Roma, anunciou o Vaticano. Mais de 200 chefes de Estado são esperados.
Toda a segurança do Vaticano e da Itália está em alerta. A Santa Sé já havia ampliado o corpo de vigilância por causa do aumento do fluxo de visitantes com o Jubileu, que a cada 25 anos convida pessoas de todo o mundo a passar pelas portas santas em Roma. Além disso, a canonização do beato Carlos Acutis, prevista para domingo e suspensa, também já atraía centenas de famílias, incluindo adolescentes e jovens.
O chefe do Departamento de Proteção Civil de Roma, Fabio Cicilliano, coordena as ações de segurança. Há planos específicos para terminais de transporte, incluindo os principais aeroportos.
O corpo do pontífice será transportado ainda nesta quarta-feira, 23, da Capela da Casa Santa Marta para a Basílica de São Pedro, para as despedidas dos fiéis. A confirmação das datas aconteceu durante o primeiro encontro de cardeais após a morte do papa, que reuniu mais de 60 prelados para definir os detalhes dos atos fúnebres.
De acordo com o planejamento, após um momento de oração, presidido pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Igreja, terá início a transladação nesta quarta. A procissão passará pela Praça de Santa Marta e pela Praça dos Protomártires Romanos; do Arco dos Sinos, sairá para a Praça de São Pedro e entrará na Basílica do Vaticano pela porta central. No Altar da Confissão, o cardeal camerlengo presidirá a Liturgia da Palavra, ao fim da qual terão início as visitas ao corpo do papa.
Embora o pontífice tenha escolhido um ritual fúnebre simples, símbolos litúrgicos tradicionais estão sendo mantidos,, como destaca Dalton Luiz de Paula Ramos, professor da USP e membro da Pontifícia Academia Pro Vita (de ciências do Vaticano) por 20 anos. “Os sinais, os símbolos, remetem a uma realidade, lembrando algo já experimentado.”
Um dos exemplos é a casula (veste) vermelha de Francisco. “O vermelho remete ao sacrifício de Cristo, ao amor de Cristo. É o amor que redime”, diz Ramos. Por vontade expressa de Francisco, seu corpo foi colocado em um caixão simples de madeira e zinco – pontífices anteriores usaram três diferentes caixões.
Na cabeça dele está a mitra, chapéu de ocasiões solenes. Seu formato triangular aponta para o céu e remete à autoridade papal que vem do alto. A estola branca (palium) faz referência à atividade pastoril. Foi produzida, como manda a tradição, com a lã de cordeiros dos monges da Abadia de Três Fontes, em Roma, e tecida pelas freiras de clausura de Santa Cecília, em Trastevere.
No dedo anelar da mão direita, Francisco usa o anel de prata que carrega desde Buenos Aires. É o seu anel original, de bispo. O “anel de pescador”, que Francisco recebeu no início do seu pontificado, será quebrado para simbolizar o fim de seu poder temporal.
Entre os dedos, Francisco traz o terço de Nossa Senhora Aparecida. Em visita ao Brasil em 2013, ele foi à Basílica Nacional. Diante da imagem, ele se referia à santa como “minha mãe”.
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