Movido pela ideia de que a arquitetura deve ser uma ferramenta para transformar realidades, Arthur Casas se dedica agora a um projeto no Xingu, que visa revitalizar a vila do Posto Indígena Leonardo Villas-Boas. O objetivo é resgatar o legado dos irmãos Leonardo e Orlando Villas-Boas, fundadores do Parque Indígena do Xingu, por meio da criação de um centro de memória. “Eles criaram o parque, e essa história está se perdendo”, explica o arquiteto em conversa com a coluna.
O projeto, que será doado ao local, prevê a construção de um pavilhão multiúso chamado Oca Moitará. Inspirado nas tradicionais ocas indígenas e unindo design contemporâneo com ancestralidade, a ideia é recuperar esse posto, segundo Casas.
Desenvolvido em colaboração com a comunidade local, o espaço contará com áreas para reuniões, uma sala de exposições e funcionará também como um arquivo vivo, preservando registros e informações sobre os povos do Xingu e a história do parque. O arquiteto pretende apresentar o projeto na COP30, em Belém, com a intenção de mostrar o impacto transformador da arquitetura. “Quero mostrar por que são projetos transformadores”, conclui.
Essa filosofia de arquitetura social está presente em seu livro, Frases bem construídas, que nasceu “da vontade de anotar frases para não esquecer. Frases que são minhas e frases que não são, mas poderiam ser”, diz o arquiteto, agora também escritor. Entre elas:
- “Todas as cidades deveriam ter um sonho e perseguir esse sonho” – Jaime Lerner, arquiteto;
- “Você não salva sua alma apenas pintando tudo de branco” – Ettore Sottsass, arquiteto e ilustrador;
- “A casa que você constrói para viver como lar deve ser integral… ao local, ao propósito e a você” – Frank Lloyd Wright, arquiteto.