
O Banco Mundial revisou para baixo sua projeção de crescimento econômico do Brasil em 2025, reduzindo a estimativa de 2,2% para 1,8%. A instituição também cortou a expectativa para a América Latina e o Caribe, de 2,5% para 2,1%, apontando que a região deverá ter o crescimento mais lento do mundo no próximo ano.
Entre os principais fatores que motivaram o corte estão o atraso na queda dos juros nas economias avançadas, o aumento das restrições ao comércio global — impulsionado, segundo a entidade, pela guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump —, a desaceleração da China e o recuo nos recursos destinados à ajuda ao desenvolvimento.

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“O cenário econômico global mudou drasticamente, marcado por níveis mais altos de incerteza”, afirmou Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe. à Reuters, ele defendeu que os países da região devem “recalibrar estratégias e promover reformas ousadas e práticas” para se adaptar ao novo contexto.
A Argentina é uma exceção entre as grandes economias da região. O Banco Mundial elevou sua projeção de crescimento de 5% para 5,5% em 2024, embalada por um novo acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Já o México teve sua estimativa reduzida para estagnação — de 1,5% para 0% no próximo ano.
Brasil em foco: pressão fiscal e crédito desaquecido
O corte na projeção para o Brasil acompanha movimento semelhante feito nesta semana pelo Fundo Monetário Internacional. O FMI reduziu suas estimativas de crescimento para o país em 2025 e 2026 para 2%, abaixo dos 2,3% e 2,5% projetados pelo Ministério da Fazenda, respectivamente.
No cenário doméstico, analistas destacam que uma safra agrícola robusta deve sustentar a atividade no curto prazo, mas a economia tende a perder fôlego com a persistência da inflação e o impacto prolongado dos juros elevados sobre o consumo e o crédito.
A estimativa do Banco Central para o PIB de 2025 também foi revista recentemente para 1,9%.
Endividamento e desafios estruturais
Além das incertezas externas, o Banco Mundial chamou atenção para o crescimento da dívida pública na região. A relação dívida/PIB da América Latina e Caribe subiu de 59,4% em 2019 para 63,3% em 2023. O cenário fiscal frágil pressiona os governos a adotarem medidas de contenção de gastos em meio à demanda por investimentos em infraestrutura e produtividade.
Para William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a região, a saída está na ampliação da produtividade, adoção de novas tecnologias e inserção no chamado near-shoring, processo em que empresas aproximam sua produção dos principais mercados consumidores. “O comércio e o investimento estrangeiro direto continuam sendo essenciais para acelerar o crescimento”, disse.
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