
O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou de “claro ativismo judicial da esquerda” a condenação sofrida nesta segunda-feira (31) pela líder da extrema-direita na França, Marine Le Pen, que a deixa incapacitada de concorrer a cargos públicos por cinco anos, e afirmou sofrer o mesmo tipo de perseguição no Brasil.
Em entrevista à Reuters por telefone, Bolsonaro disse acreditar que a perseguição jurídica a políticos de seu campo está se espalhando pelo mundo.
“Essa decisão é um claro ativismo judicial da esquerda”, acusou.
“A denúncia contra mim também é fumaça, e quem vai julgar a gente põe no mínimo uma interrogação. Que desvio de recurso público é esse da Le Pen? O Trump também foi acusado de algo parecido nos Estados Unidos, ele enfrentou, é bilionário, líder do maior partido, conseguiu enfrentar”, afirmou.
Le Pen, que lidera as pesquisas para a eleição presidencial na França em 2027, foi condenada ao lado de duas outras pessoas de seu partido, o Reunião Nacional, acusadas de desviar mais de 4 milhões de euros de fundos do Parlamento Europeu para pagar funcionários baseados na França.
Eles argumentaram que o dinheiro foi usado de forma legítima e que as alegações definiram de forma muito restrita o que um assistente parlamentar faz.
“Acho que esse movimento da França tende a se espalhar pelo mundo todo. A esquerda descobriu a maneira fácil de chegar ou se perpetuar no poder. Usa o ativismo judicial contra. Qual a acusação? Não interessa. Qualquer uma, vide essa contra mim, que é fumaça”, afirmou.
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Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por condenações de abuso de poder político e econômico e por uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha presidencial de 2022.
Na semana passada, ele também se tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de tentativa de golpe de Estado após ser derrotado na eleição. Ele nega as acusações e afirma ser alvo de perseguição política.
Derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022, Bolsonaro tem afirmado que disputará novamente o Palácio do Planalto, apesar de estar atualmente inabilitado pela Justiça para fazê-lo.
Nos EUA, o presidente Donald Trump, de quem Bolsonaro é fã declarado, elegeu-se para um segundo mandato não consecutivo na Casa Branca apesar de ter sido condenado no ano passado por encobrir um pagamento de suborno para silenciar uma atriz pornô sobre um suposto encontro sexual.
O presidente norte-americano também nega as acusações e afirma ser alvo de uma caça às bruxas política.
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