O mais novo live-action da (Amor, Sublime Amor) como a personagem-título e Gal Gadot (Mulher-Maravilha) como a Rainha Má, o novo filme da Casa do Mickey Mouse tem Marc Webb (500 Dias com Ela) na direção, e reconta a história do clássico animado de 1937. Confira, abaixo, as principais polêmicas que rodeiam o lançamento.
A escalação de Rachel Zegler
Aos 23 anos, a cantora e atriz nascida em Nova Jersey tem família de origem colombiana, e foi alvo de uma onda de críticas quando foi anunciada como a intérprete da princesa, em 2021.
De um lado, comentários xenofóbicos reprovavam a escalação de Zegler para viver uma personagem que, no desenho, tem pele clara — a decisão veio como parte de um movimento da Disney de tentar atualizar histórias clássicas e dar às mesmas representações mais diversas. De outro, no entanto, muitos grupos latinos também não estão satisfeitos com o fato de a escalação de Zegler ser vista como um movimento representativo, já que, embora tenha família colombiana, a atriz nasceu e foi criada nos Estados Unidos.
Por fim, Rachel também acabou irritando fãs da Branca de Neve por comentários em suas redes sociais. Ela chegou a declarar que a história era “datada” e que o príncipe “literalmente persegue a princesa”, o que foi interpretado como uma suposta aversão da atriz ao conto original.
Por fim, no ano passado, ela também criticou a eleição do presidente Donald Trump, o que provocou uma nova onda de ameaças de boicote ao filme.
A escalação de Gal Gadot
A estrela que ganhou projeção mundial após interpretar Diana Prince em Mulher-Maravilha se transformou em uma figura divisiva nas redes sociais nos últimos anos. A atriz israelense passou a se posicionar de forma enfática a favor de Israel após a eclosão dos conflitos na Faixa de Gaza em outubro de 2023.

Isso acabou respingando no filme e na campanha de divulgação, sobretudo porque Zegler se posiciona de forma contrária à colega de elenco, e não hesita em fazer publicações em suas redes sociais a favor da “Palestina livre”.
O problema dos Sete Anões
Em 2022, o ator Peter Dinklage criticou filmes com representações estereotipadas de personagens com nanismo.
“Eles tiveram muito orgulho de escalar uma atriz latina como a Branca de Neve, mas ainda estão contando a história de Branca de Neve e os Sete Anões”, afirmou ao WTF Podcast. “Dê um passo para trás e olhe o que você está fazendo. Não faz sentido para mim. Você é progressista de um lado, mas ainda está contando essa história distorcida sobre sete anões vivendo juntos em uma caverna.”
O posicionamento de Dinklage também reverberou e dividiu a comunidade de atores com nanismo. Alguns apoiaram suas falas, e outros reclamaram que a exclusão de personagens como os do filme dificulta a contratações de atores com baixa estatura.
Mas o fato é que a fala do ator, conhecido como o Tyrion Lannister de Game of Thrones, gerou uma reação na Disney, que resolveu usar animação por captura de movimento para criar os Sete Anões. O ator Martin Klebba faz a voz de Zangado na nova versão, e é o único ator com nanismo a dublar um dos personagens.
Na pré-estreia do filme em Los Angeles, Klebba minimizou a questão, e disse que o uso de efeitos especiais já era o plano do estúdio desde o início. “Ainda estaremos por aí. Não entendi qual é o problema de não fazer os anões”, declarou à The Hollywood Reporter. “A história existe há muito tempo, e é um clássico.”
Pré-estreia discreta e eventos solo
A consequência disso tudo foi sentida no último sábado, 15, na pré-estreia de Branca de Neve em Hollywood. Ao invés de um evento grandioso, a Variety conta que as estrelas encontraram uma plateia reduzida, com poucos fotógrafos e quase nenhum veículo de imprensa. A maioria eram funcionários da própria Disney.
Além disso, neste domingo, 16, Gadot compareceu sozinha à Disneyland, na Califórnia, em uma ação promocional do filme. A intérprete da Rainha Má posou para fotos com Mickey e Minnie e um grupo de clássicos vilões da Disney.
Zegler, por outro lado, participou sozinha de um evento na Espanha. Na última quarta-feira, 12, ela apresentou a canção original Waiting on a Wish em frente ao palácio Alcázar de Segóvia, que inspirou a animação de 1937.
O resultado disso é que a Disney tem em mãos um filme que se tornou um problema sobretudo diante do reposicionamento do estúdio, que vem diminuindo as políticas de inclusão e diversidade após o início do novo governo Trump. A estratégia adotada até o momento foi fazer uma divulgação pequena, com poucas aparições ou entrevistas.
Mesmo assim, as expectativas de bilheteria são positivas. De acordo com o Deadline, o rastreador The Quorum estima uma arrecadação entre US$ 63 e US$ 70 milhões no fim de semana de abertura, somente nos Estados Unidos. No Brasil, o longa entra em cartaz na quinta-feira, 21.