Imagens de um scanner, desenvolvido por um estudante de engenharia, ajudam a indicar o local ideal para fazer a poda das árvores, para que elas continuem saudáveis depois do corte e suportem temporais Cientistas brasileiros desenvolvem tecnologia para reduzir queda de árvores nas grandes cidades
Reprodução/TV Globo
Os pesquisadores da Universidade de São Paulo juntaram equipes das áreas de biologia, matemática, elétrica e mecatrônica para compreender melhor a engenharia da natureza.
Só na segunda semana de março em São Paulo , mais de 300 árvores caíram num temporal. Situação que também traz desafios em outras capitais, que têm registrado temporais quase sempre de fortes ventanias.
Em Goiânia, este ano, já foram quase mil quedas de árvores. Um problema que, segundo pesquisadores da USP, poderia ser reduzido analisando com detalhes a estrutura da árvore e possíveis fragilidades.
O primeiro passo é usar um scanner para captar imagens em vários pontos diferentes. O que os pesquisadores buscam com o uso dos equipamentos é descobrir a melhor maneira de podar uma árvore para que ela continue saudável depois do corte.
Estudos já mostraram que a poda feita de maneira incorreta pode enfraquecer e até contribuir para queda da árvore.
“Pode ser uma ferramenta muito interessante para as equipes que fazem poda tanto dentro da cidade, nos parques ou em qualquer lugar. A equipe pode olhar aonde exatamente você deve cortar para que a árvore mantenha o seu equilíbrio. O ser humano não tem a capacidade de fazer essa poda tão precisamente como a gente consegue usando esse escaneamento”, explicou Marcos Silveira Buckeridge, professor titular do Instituto de Biocências da USP e vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP.
No laboratório, os pesquisadores analisam a imagem digital da árvore, captada pelo scanner 3D. Um programa de computador indica em azul a parte que deve ser cortada. O sistema foi criado por um aluno. É o “algoritmo da poda”.
“Uma grande esperança que tenho é que seja possível salvar as árvores ao invés de ter que removê-las para proteger a nossa infraestrutura. A gente consegue coexistir com elas de uma maneira que não danifica nem elas, nem a gente”, diz o estudante de engenharia Luís Otávio de Sousa, responsável pela algoritmo.
A ideia é conseguir aplicar essa técnica com qualquer espécie de árvore, em qualquer cidade.
“Com esse algoritmo nós temos o total controle sobre as deformações, a deflexão das árvores devido aos ventos. Como ela dobra, qual o vento máximo que ela suporta. E aí, biólogos e engenheiros podem acessar e dar um diagnóstico sobre as árvores da cidade e dizer ‘olha essa árvore aqui precisa ser repodada porque ela tá muito fraca'”, explicou Emílio Carlos Nelli Silva, professor titular no departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicas.
O professor Buckeridge complementa: “Nós estamos agora conectando mais fortemente a ciência ao desenvolvimento da tecnologia, tentando chegar na inovação o mais rápido possível para desenvolver tecnologias que nos ajudem a enfrentar as mudanças climáticas”.
Reprodução/TV Globo
Os pesquisadores da Universidade de São Paulo juntaram equipes das áreas de biologia, matemática, elétrica e mecatrônica para compreender melhor a engenharia da natureza.
Só na segunda semana de março em São Paulo , mais de 300 árvores caíram num temporal. Situação que também traz desafios em outras capitais, que têm registrado temporais quase sempre de fortes ventanias.
Em Goiânia, este ano, já foram quase mil quedas de árvores. Um problema que, segundo pesquisadores da USP, poderia ser reduzido analisando com detalhes a estrutura da árvore e possíveis fragilidades.
O primeiro passo é usar um scanner para captar imagens em vários pontos diferentes. O que os pesquisadores buscam com o uso dos equipamentos é descobrir a melhor maneira de podar uma árvore para que ela continue saudável depois do corte.
Estudos já mostraram que a poda feita de maneira incorreta pode enfraquecer e até contribuir para queda da árvore.
“Pode ser uma ferramenta muito interessante para as equipes que fazem poda tanto dentro da cidade, nos parques ou em qualquer lugar. A equipe pode olhar aonde exatamente você deve cortar para que a árvore mantenha o seu equilíbrio. O ser humano não tem a capacidade de fazer essa poda tão precisamente como a gente consegue usando esse escaneamento”, explicou Marcos Silveira Buckeridge, professor titular do Instituto de Biocências da USP e vice-diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP.
No laboratório, os pesquisadores analisam a imagem digital da árvore, captada pelo scanner 3D. Um programa de computador indica em azul a parte que deve ser cortada. O sistema foi criado por um aluno. É o “algoritmo da poda”.
“Uma grande esperança que tenho é que seja possível salvar as árvores ao invés de ter que removê-las para proteger a nossa infraestrutura. A gente consegue coexistir com elas de uma maneira que não danifica nem elas, nem a gente”, diz o estudante de engenharia Luís Otávio de Sousa, responsável pela algoritmo.
A ideia é conseguir aplicar essa técnica com qualquer espécie de árvore, em qualquer cidade.
“Com esse algoritmo nós temos o total controle sobre as deformações, a deflexão das árvores devido aos ventos. Como ela dobra, qual o vento máximo que ela suporta. E aí, biólogos e engenheiros podem acessar e dar um diagnóstico sobre as árvores da cidade e dizer ‘olha essa árvore aqui precisa ser repodada porque ela tá muito fraca'”, explicou Emílio Carlos Nelli Silva, professor titular no departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicas.
O professor Buckeridge complementa: “Nós estamos agora conectando mais fortemente a ciência ao desenvolvimento da tecnologia, tentando chegar na inovação o mais rápido possível para desenvolver tecnologias que nos ajudem a enfrentar as mudanças climáticas”.