
A COP30 já tem data marcada: o evento acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém do Pará. A expectativa em torno da realização da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas no Brasil é grande, principalmente pelo potencial do país em oferecer soluções reais para os desafios globais.
Para Wilson Ferreira Júnior, presidente do Conselho da Matrix Energia, a COP será a oportunidade de mostrar ao mundo os caminhos sustentáveis que o Brasil já trilha – da preservação da floresta ao avanço em energias renováveis.
Durante participação no podcast “Do Zero ao Topo“, patrocinado pela Matrix, Wilson Ferreira destacou que o Brasil tem um papel relevante na agenda ambiental. “Na COP a gente pode mostrar um pouco dos avanços que o Brasil já fez”, afirmou, ressaltando a importância do evento ser realizado em território nacional.
Segundo ele, o protagonismo brasileiro na área ambiental ainda está subvalorizado, apesar do país ter uma contribuição significativa, especialmente na captura de carbono e nas políticas de reflorestamento. Como exemplo, citou projetos que recuperam áreas degradadas com o plantio de palma para a produção de biocombustíveis – como o combustível sustentável de aviação, alternativa fundamental para a transição energética do setor aéreo, um dos grandes emissores globais.
Essas iniciativas, na visão de Wilson Ferreira, são exemplos práticos de que o Brasil pode e deve compartilhar na COP30. Ele lembrou que o país já foi pioneiro em biocombustíveis com o etanol e o biodiesel e hoje continua na vanguarda com novas alternativas sustentáveis.
Transição energética e manejo da floresta
Ferreira Júnior também ressaltou que o Brasil não pode se limitar à preservação ambiental. Ele defende uma abordagem que concilie conservação e desenvolvimento. “Temos que mostrar para o mundo os nossos processos de manejo e preservação da floresta”, afirmou. Com metade de seu território ocupado por florestas, o país tem um papel crucial no enfrentamento da crise climática – crise esta que, segundo ele, já deixou de ser ameaça futura e se tornou presente, com os eventos extremos sendo cada vez mais frequentes.
“Só tem um mundo, não dá para você mudar de lugar”, declarou, fazendo um paralelo entre o planeta e um condomínio com 200 países condôminos, onde todos precisam colaborar para garantir a sobrevivência coletiva. Nessa lógica, ele acredita que o Brasil pode ser um dos “condôminos” mais admirados pela contribuição ambiental que já entrega – e ainda pode ampliar.
O executivo recordou que o país já teve destaque global com a Eco-92 e que a COP30 será uma nova oportunidade de mostrar seu protagonismo. “Nós já chegamos a um grau e meio de aquecimento em 2025, quando a meta era 2050. Então o desafio é agora. Temos que reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e não há outro caminho que não seja substituir a queima de combustíveis fósseis”, argumentou.
Nesse sentido, o Brasil tem uma contribuição relevante com suas práticas energéticas já consolidadas, como o uso do etanol e das hidrelétricas, e também com a crescente adoção de fontes solar e eólica. “Cada um desses exemplos mostra que o Brasil é um player importante”, afirmou.
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Brasil como fornecedor de soluções sustentáveis
Wilson Ferreira Júnior também destacou o papel do Brasil como fornecedor de soluções, principalmente no campo dos biocombustíveis e do hidrogênio. “Eventos como a COP são essenciais para criar metas e acordos. Na hora todo mundo se empolga, mas é na prática que vemos a dificuldade de atingir o que foi prometido”, comentou. Para ele, sediar a COP traz visibilidade e também responsabilidade, mas é uma oportunidade de ouro para o Brasil ser visto como exemplo. “ A gente vai ter a oportunidade de mostrar que boa parte dos caminhos já são praticados aqui e podem ser reproduzidos”, disse.
Com a proximidade da primeira medição concreta das metas definidas no Acordo de Paris, Wilson Ferreira acredita que a COP30 será um momento de avaliação e reorientação. “Vai ser importante para ver como entramos na trilha de novo para um 2030 melhor que 2025, e um 2050 melhor que 2030. A humanidade precisa dessa trajetória – e tem muito de Brasil nisso.”
O desafio de crescer com equilíbrio ambiental
O desafio, segundo Wilson Ferreira, está em conciliar o crescimento populacional e econômico com a preservação ambiental. “Temos 8 bilhões de pessoas no mundo, e até 2050 serão 10 bilhões. Essas pessoas vão comer, se transportar, trabalhar. Vai haver mais demanda por energia”, afirmou. Para ele, o grande dilema da humanidade será continuar produzindo e alimentando essas pessoas, mas com menos emissão de gases poluentes.
Essa equação só poderá ser resolvida com inovação, políticas públicas sustentáveis e, principalmente, cooperação global. Wilson Ferreira Júnior acredita que o Brasil, com seu histórico e seu potencial natural, tem tudo para liderar esse processo. “O desafio é permanente, mas a solução passa por nós. O Brasil tem que mostrar que é parte fundamental da resposta ao maior problema do nosso tempo”, concluiu.
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