De vez em quando, você esquece as fórmulas de matemática nas provas e nos vestibulares? Ou o correto seria dizer “de quando em vez”? As duas formas estão certas, segundo Margarete Xavier, autora de língua portuguesa do Fibonacci Sistema de Ensino. Elas significam exatamente a mesma coisa: algo que acontece ocasionalmente, sem uma frequência certinha.
A diferença? “De vez em quando” é a campeã do uso no dia a dia, enquanto “de quando em vez” é mais formal e usada principalmente em textos literários, ganhando aquele ar de preciosismo linguístico. Praticamente já caiu em desuso.
Ah, e atenção: a expressão “de vez enquanto” não existe, viu? Talvez a proximidade sonora engane, mas está errada!
De onde veio?
“As duas expressões têm origem no português arcaico e significam ‘ocasionalmente’, indicando atos que ocorrem sem época determinada, ações em intervalos de tempo sem data marcada”, conta Margarete.
Segundo a professora, as duas são classificadas como locução adverbial de tempo (na morfologia) e adjunto adverbial de tempo (na sintaxe). Esse é um detalhe importante que pode cair nos vestibulares.
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Exemplos para não esquecer
Como usar as expressões no dia a dia ou em redações? Veja estas seis frases.
- De vez em quando, gosto de ler romances de terror.
- O rapaz, de vez em quando, muda a cor da gravata.
- A moça muda a cor dos cabelos de vez em quando.
- Reparem que, de quando em vez, as aves pousam no nosso abacateiro.
- Não posso sair todos os dias, somente de quando em vez.
- De quando em vez, vale mudar os hábitos e experimentar algo novo.
Poetizando de vez em quando (ou de quando em vez)
Apresentamos para você trechos de duas poesias com uso dessas expressões. Ambas são muito inspiradoras.
A primeira é um trecho do livro “O coração disparado”, de Adélia Prado:
“De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
O mundo, cheio de departamentos,
não é a bola bonita caminhando solta no espaço.”
A outra poesia é “Arte”, da autora Maria Lúcia Dal Farra:
“A casa deságua no quintal,
alta se amolda aos ramos das mangueiras.
De quando em vez faz rumo, sai pra rua
(sem pelo) presa pela lua cheia
ou terna atrás de longe realejo.”
Veja aqui mais dúvidas de português.
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