
Divórcio à vista? Nesta sexta-feira (14), a coluna Pipeline, do Valor Econômico, informou que os fundadores da Azzas 2154 (AZZA3), Alexandre Birman e Roberto Jatahy, estão em negociações para separarem os seus negócios entre Arezzo e Soma – após apenas cerca de 8 meses da fusão ser concluída – citando conflitos no estilo de gestão.
Com isso, às 13h05 (horário de Brasília) desta sexta-feira (14), os ativos AZZA3 caíam 8,25% (R$ 22,02), após já terem desabado mais de 13% após os balanços do 4T divulgados nesta semana.
De acordo com o artigo, há duas alternativas principais na mesa de discussão: (1) uma potencial divisão, mas com as operações da Hering permanecendo com a Arezzo e as de vestuário feminino com o Grupo Soma, e (2) a outra alternativa seria Birman (potencialmente com parceiros) comprar a fatia de Jatahy (e eventualmente alguns de seus parceiros na Soma). E, no contexto da 2ª opção, as discussões seriam em torno do preço, já que Jatahy não estaria disposto a vender nos níveis de preço atuais – neste contexto, o JPMorgan ressalta que o preço das ações da AZZA3 estava em níveis entre R$ 55-R$ 60 no momento do anúncio da fusão.
Para os analistas do JPMorgan, a notícia é negativa, enquanto o nível de ruído em torno do nome deve permanecer elevado. No momento do anúncio da fusão, o banco relembra ter sinalizado que um risco importante era as diferentes culturas e a forte liderança personificada de ambos os lados.
Eles apontam ainda os rumores (conforme citados pela mídia) de que tensões entre Birman e Jatahy existem quase desde que a fusão foi aprovada e foram reforçados nestas notícias pós-balanço, revividas após os mais recentes boatos.
“As possíveis conversas não foram confirmadas/negadas pela empresa, pelo menos não ainda”, reforçam.
Dito tudo isso, o JPMorgan aponta que, aparentemente, qualquer uma das alternativas rumores diluiria o valor do acionista, pois (1) a fusão é altamente complementar do ponto de vista operacional e oferece espaço para sinergias significativas, enquanto (2) Jatahy é uma pessoa-chave por trás da complexidade das operações das marcas femininas (principalmente as operações legadas da Soma). Além disso, os principais vetores de crescimento da Azzas estão dentro do vestuário feminino e da Hering. Portanto, a divisão proposta removeria uma alavanca-chave.
“No geral, notícias negativas, e até que haja melhor visibilidade sobre onde a situação real está, o nível de ruído deve permanecer elevado com foco limitado do investidor (e da gestão potencial) nas operações”, avalia.
The post “Divórcio” no radar da Azzas? AZZA3 desaba na B3 com rumor de cisão após 4T negativo appeared first on InfoMoney.