Polícia prendeu quatro homens, sendo dois em flagrante, em uma operação em Auriflama (SP), na segunda-feira (24). Pelo menos dez jovens foram identificadas. Investigações começaram após uma vítima morrer. Polícia identifica jovens atraídas por quadrilha com falsas ofertas de trabalho
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Uma garota de 26 anos, vítima da organização criminosa suspeita de explorar sexualmente mulheres e mantê-las em cárcere privado, que foi resgatada de uma boate, em Auriflama (SP), está grávida de seis meses e teve o socorro negado após ser picada por uma aranha, segundo uma testemunha.
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A Polícia Civil identificou pelo menos dez jovens vítimas da quadrilha investigada pelos crimes cometidos em boates em Catanduva (SP), Auriflama (SP), Pereira Barreto (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Todas as boates são do mesmo proprietário.
Durante a operação, na segunda-feira (24), em Auriflama, a polícia prendeu quatro homens, sendo dois em flagrante por tráfico de drogas. Após um mandado de prisão emitido pela Justiça, encontraram e prenderam o gerente e o dono das boates em Auriflama. Um homem identificado como ex-gerente de Catanduva está foragido.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Bruna de Carvalho, que é comerciante na cidade, contou que, há um mês, a vítima, que não vai ser identificada pela reportagem, foi picada por uma aranha no braço e pedia para que o gerente da boate a levasse para atendimento médico, mas teve o socorro negado.
Depois de três dias, ao notar que a região do corpo na qual foi picada estava inchada, a mulher conseguiu conversar com uma colega e pedir ajuda. Então, Bruna, que estava junto a essa amiga, disse para a vítima esperar na porta da boate que ela a levaria para um hospital.
“Ela me disse que estava devendo para o dono da boate. Eu liguei para ele, mas ele não me atendeu. Na porta da boate, o segurança disse que iria junto. Eu neguei e disse que o que eles estavam fazendo era cárcere privado e sendo desumanos com uma mulher grávida”, reforça Bruna.
No caminho para a Santa Casa, Bruna contou que o dono da boate retornou a ligação e questionou para onde ela tinha levado a vítima. Segundo a comerciante, o homem começou a discutir com ela por telefone.
Apesar disso, Bruna confirmou que deixou a grávida na Santa Casa. Ainda de acordo com a testemunha, a vítima revelou que foi espancada pelo segurança e queria ajuda para conseguir quitar as dívidas e parar de trabalhar na boate. “Ela [vítima] tem muito medo dele, porque ele ameaça a família toda dela”, completa Bruna.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Quando soube da situação, Bruna acionou a delegada Caroline Baltes, que recebeu relatos de outras jovens alvos dos crimes de exploração sexual, tortura, estupro e cárcere. Um cliente, de acordo com Bruna, soube que a vítima estava grávida e pagou a dívida dela.
À reportagem, a delegada responsável pela investigação, disse que a grávida conseguiu escapar com a ajuda do cliente, mas não tem coragem de prestar depoimentos formais à polícia sobre os episódios de violência.
Investigação
Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, foi encontrada morta em uma boate em Auriflama (SP)
Reprodução/Facebook
As investigações começaram após Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, ser encontrada morta, no dia 25 de fevereiro, em uma boate em Auriflama. Dias antes, a delegada informou que a jovem foi espancada na boate. Ela foi enterrada em Fernandópolis.
O caso, inicialmente tratado como suicídio, passou a ser investigado como homicídio ou indução ao suicídio. Conforme a polícia, as mulheres eram atraídas pelos criminosos com falsas promessas de trabalho.
Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, morreu em uma boate em Auriflama (SP)
Reprodução/Facebook
Durante as apurações, a polícia identificou que as vítimas em situação de vulnerabilidade eram induzidas a trabalhar nas boates e, depois, privadas de sair de dentro dos locais, além de ficarem sem alimento, água e acesso a comunicação.
As vítimas também eram forçadas a consumir drogas vendidas pelos administradores das boates e contraíam dívidas. Algumas relataram à polícia que foram estupradas, sob ameaças ou como forma de quitação de dívidas.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Entre as vítimas, está uma adolescente de 14 anos. A mais velha delas tem 25 anos. A delegada ainda informou que os portões das boates eram trancados e, quando tentavam sair, pulando o muro para comprar alimentos, as mulheres eram perseguidas e agredidas.
Conforme a delegada, a maioria das vítimas conseguiu fugir, e fez a denúncia. Durante a operação, a polícia apreendeu drogas, armas, celulares e cadernos de contabilidade. Os estabelecimentos foram fechados e lacrados por determinação judicial.
A quadrilha é investigada por organização criminosa, favorecimento da prostituição, cárcere privado, estupro e homicídio.
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Uma garota de 26 anos, vítima da organização criminosa suspeita de explorar sexualmente mulheres e mantê-las em cárcere privado, que foi resgatada de uma boate, em Auriflama (SP), está grávida de seis meses e teve o socorro negado após ser picada por uma aranha, segundo uma testemunha.
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A Polícia Civil identificou pelo menos dez jovens vítimas da quadrilha investigada pelos crimes cometidos em boates em Catanduva (SP), Auriflama (SP), Pereira Barreto (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Todas as boates são do mesmo proprietário.
Durante a operação, na segunda-feira (24), em Auriflama, a polícia prendeu quatro homens, sendo dois em flagrante por tráfico de drogas. Após um mandado de prisão emitido pela Justiça, encontraram e prenderam o gerente e o dono das boates em Auriflama. Um homem identificado como ex-gerente de Catanduva está foragido.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Bruna de Carvalho, que é comerciante na cidade, contou que, há um mês, a vítima, que não vai ser identificada pela reportagem, foi picada por uma aranha no braço e pedia para que o gerente da boate a levasse para atendimento médico, mas teve o socorro negado.
Depois de três dias, ao notar que a região do corpo na qual foi picada estava inchada, a mulher conseguiu conversar com uma colega e pedir ajuda. Então, Bruna, que estava junto a essa amiga, disse para a vítima esperar na porta da boate que ela a levaria para um hospital.
“Ela me disse que estava devendo para o dono da boate. Eu liguei para ele, mas ele não me atendeu. Na porta da boate, o segurança disse que iria junto. Eu neguei e disse que o que eles estavam fazendo era cárcere privado e sendo desumanos com uma mulher grávida”, reforça Bruna.
No caminho para a Santa Casa, Bruna contou que o dono da boate retornou a ligação e questionou para onde ela tinha levado a vítima. Segundo a comerciante, o homem começou a discutir com ela por telefone.
Apesar disso, Bruna confirmou que deixou a grávida na Santa Casa. Ainda de acordo com a testemunha, a vítima revelou que foi espancada pelo segurança e queria ajuda para conseguir quitar as dívidas e parar de trabalhar na boate. “Ela [vítima] tem muito medo dele, porque ele ameaça a família toda dela”, completa Bruna.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Quando soube da situação, Bruna acionou a delegada Caroline Baltes, que recebeu relatos de outras jovens alvos dos crimes de exploração sexual, tortura, estupro e cárcere. Um cliente, de acordo com Bruna, soube que a vítima estava grávida e pagou a dívida dela.
À reportagem, a delegada responsável pela investigação, disse que a grávida conseguiu escapar com a ajuda do cliente, mas não tem coragem de prestar depoimentos formais à polícia sobre os episódios de violência.
Investigação
Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, foi encontrada morta em uma boate em Auriflama (SP)
Reprodução/Facebook
As investigações começaram após Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, ser encontrada morta, no dia 25 de fevereiro, em uma boate em Auriflama. Dias antes, a delegada informou que a jovem foi espancada na boate. Ela foi enterrada em Fernandópolis.
O caso, inicialmente tratado como suicídio, passou a ser investigado como homicídio ou indução ao suicídio. Conforme a polícia, as mulheres eram atraídas pelos criminosos com falsas promessas de trabalho.
Regina Aparecida Marques Vieira, de 19 anos, morreu em uma boate em Auriflama (SP)
Reprodução/Facebook
Durante as apurações, a polícia identificou que as vítimas em situação de vulnerabilidade eram induzidas a trabalhar nas boates e, depois, privadas de sair de dentro dos locais, além de ficarem sem alimento, água e acesso a comunicação.
As vítimas também eram forçadas a consumir drogas vendidas pelos administradores das boates e contraíam dívidas. Algumas relataram à polícia que foram estupradas, sob ameaças ou como forma de quitação de dívidas.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Entre as vítimas, está uma adolescente de 14 anos. A mais velha delas tem 25 anos. A delegada ainda informou que os portões das boates eram trancados e, quando tentavam sair, pulando o muro para comprar alimentos, as mulheres eram perseguidas e agredidas.
Conforme a delegada, a maioria das vítimas conseguiu fugir, e fez a denúncia. Durante a operação, a polícia apreendeu drogas, armas, celulares e cadernos de contabilidade. Os estabelecimentos foram fechados e lacrados por determinação judicial.
A quadrilha é investigada por organização criminosa, favorecimento da prostituição, cárcere privado, estupro e homicídio.
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