Nos últimos meses de 2022, com a pandemia de Sars-CoV-2 na reta final, outro vírus se tornou alvo de preocupação: o H5N1, subtipo do influenza que provoca uma gripe aviária letal (mata quase 100% dos animais infectados).
Ele começou a se propagar também entre mamíferos, e houve alguns casos em humanos – levantando o temor de uma nova pandemia. Isso ainda não aconteceu, mas, como um novo estudo revela, o H5N1 está se adaptando para infectar pessoas com mais facilidade.
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Cientistas holandeses utilizaram amostras de duas cepas do vírus, que circularam pelo mundo em 2005 e 2022, para infectar células das vias aéreas superiores humanas – e constataram (1) que o H5N1 mais recente penetra nelas com maior facilidade, e se reproduz mais depressa após fazer isso.
O H5N1 “clássico” só se multiplicava nas vias aéreas inferiores (que incluem a traqueia e os pulmões). Já a nova cepa é mais adaptada para se replicar no nariz e na garganta, o que pode tornar o vírus mais transmissível.
Fonte (1) “A 2022 avian H5N1 influenza A virus from clade 2.3.4.4b attaches to and replicates better in human respiratory epithelium than a 2005 H5N1 virus from clade 2.3.2.1”, L Bauer e outros, 2024;