É impossível contar a história da música pop contemporânea sem reservar bons capítulos para ela. Donos de um carinho quase cômico, seus fãs adoram brincar com o lado “fanfiqueira” da diva. Mas é justamente essa imaginação fértil que sustenta suas melhores obras. Gaga não espera que co-produtores tragam ideias. Ela pesquisa, se inspira e entrega — ainda que às vezes isso soe como déjà-vu sonoro. Mas aí está a mágica: mesmo quando ecoa Ace of Base, David Bowie, Madonna ou Elton John, o som é inconfundivelmente Gaga.
Com sete álbuns solo de estúdio (os outros são trilhas e projetos colaborativos), a cantora vive um momento de celebração. Neste sábado, ela se apresenta em Copacabana, em um show que promete revisitar o passado glorioso e também apresentar faixas do Mayhem, projeto que mergulha no som visceral do rock dos anos 80 e 90 — sem deixar, em momento algum, de ser pop. Abaixo, selecionamos quatro álbuns essenciais para entender a artista multifacetada que transforma o pop com sua arte performática:
The Fame Monster (2009)
The Fame Monster (2009)
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Lançado como uma extensão de The Fame, The Fame Monster tem oito faixas — mas todas icônicas. De Bad Romance a Dance in the Dark, o disco funciona como um laboratório onde Gaga começa a assumir sua identidade estética e sonora com mais força. Há ecos evidentes de Ace of Base, synthpop europeu dos anos 80 e até de David Bowie, mas tudo com um frescor tão autêntico que a transforma em estrela global. Curiosamente, é nesse disco que Gaga parece entender o peso de ser monstruosamente pop — e abraça isso sem medo.
Para colocar na playlist: Dance In The Dark, Telephone, Bad Romance, Alejandro e Monster
Born This Way (2011)
Born This Way (2011)
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Sim, a faixa-título é filha direta de Express Yourself da Madonna — e Gaga nunca escondeu essa influência. Mas o álbum vai além do comparável. Nele, ela injeta rock, gospel, eletrônica e até industrial com a fluidez de quem sabe exatamente o que está fazendo. Inspirada também por nomes como Bruce Springsteen (em especial em faixas como The Edge of Glory) e o glam rock de Meat Loaf, Gaga entrega um álbum grandioso em tudo: som, mensagem e visual. É onde ela se posiciona como figura política e defensora de causas LGBTQIA+ com potência e batidas dançantes.
Para colocar na playlist: The Queen, Fashion of His Love, You And I e Bloody Mary.
ARTPOP (2013)
ARTPOP (2013)
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Talvez o trabalho mais divisivo da carreira, ARTPOP foi criticado por seu excesso — ou melhor, pela sensação de estar saturado. O álbum é como uma pintura barroca digital: camadas, referências, colagens, beats frenéticos. Embora “overproduced” seja uma crítica comum, talvez o termo mais justo seja “sensorialmente vertiginoso”. Gaga estava no auge criativo, cheia de ideias, metáforas e colaborações inusitadas (a paz foi selada com Christina Aguilera, que apareceu no momento certo para uma versão de Do What U Want). E embora não tenha envelhecido como seus irmãos mais coesos, ARTPOP tem o mérito de ser puro risco — e isso, no pop, é ouro.
Para colocar na playlist: Do What U Want, Swine, G.U.Y e Aura.
Chromatica (2020)
Chromatica (2020)
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Se em Joanne Gaga mostrou sua faceta folk-country-blues, foi em Chromatica que ela reencontrou a pista de dança — sem perder a densidade emocional. Lançado no auge da pandemia, o álbum trouxe de volta a Gaga eletrônica, mas com letras que falam de traumas, saúde mental e resiliência. Ao lado de produtores como BloodPop e com participações de Elton John e Ariana Grande, Chromatica é como uma rave com lágrimas nos olhos. Um acerto preciso, onde o som retrô das raves dos anos 90 embala feridas expostas com beleza.
Para colocar na playlist: Free Woman, Rain On Me, Stupid Love e 911.
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