Estado tem o segundo pior índice do país, de acordo com levantamento feito com base no Censo 2022. Travessa Vera Cruz é uma das ruas de Camaragibe, no Grande Recife, que não têm calçada nem pavimentação
Reprodução/TV Globo
Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que Pernambuco possui o segundo pior índice de acessibilidade urbana do país, ficando à frente apenas do Amazonas.
Segundo a pesquisa, que tem como base dados do Censo 2022, cerca de 4,8 milhões de pernambucanos moram em ruas sem rampas. O número representa 65% da população urbana do estado.
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O estudo, que avaliou as características urbanísticas no entorno das residências, mostra que uma em cada seis pessoas que moram em áreas urbanas no estado vive em ruas sem estrutura para pessoas que têm dificuldade de locomoção.
Embora o cenário tenha melhorado em comparação com o Censo de 2010, quando 97,9% da população vivia em vias sem rampas, ainda há muito a ser feito para garantir a acessibilidade.
Na avaliação do arquiteto e urbanista Jaime Alheiros, que integra o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), embora o estado tenha avançado no calçamento, ainda deve na mobilidade esperada, inclusive para padrões brasileiros.
Um dos fatores que agravam o problema, segundo o especialista, é a falta de padronização das calçadas.
“Quando temos uma boa capacidade de locomoção, superamos os obstáculos. Mas, a partir de uma certa idade, ou com algum nível de déficit ou necessidade especial, as pessoas começam a sofrer muito na questão da mobilidade, como referência de distância para o solo. Então, tudo isso enseja o quê? Quedas, acidentes, aí vira um problema de saúde pública”, afirmou.
Calçadas com obstáculos
Além da falta de rampas, o levantamento do IBGE avaliou a presença de obstáculos nas calçadas, como acúmulo de lixo e ocupação de comércio. De acordo com o Censo do IBGE, apenas 8,48% da população pernambucana reside em vias com calçadas livres de obstáculos, o que equivale a cerca de 635 mil pessoas.
Uma das cidades pernambucanas com mais de 100 mil habitantes que têm menos ruas com calçadas é Camaragibe, no Grande Recife, que, de acordo com o levantamento, tem apenas 48,2% de vias com espaço reservado para pedestres.
A falta de acessibilidade no município é evidente até nos bairros mais movimentados, incluindo ruas transversais à Avenida Doutor Belmino Correia, uma das principais da cidade. Outro local prejudicado com a ausência de calçadas e pavimento é a Travessa Vera Cruz, no bairro de Santa Maria.
“Fica sem acesso para as crianças brincarem, o carro passa e as crianças ficam no meio da rua. A dificuldade é maior, porque não tem para onde correr”, comenta a consultora de beleza Viviane Brito, que mora na localidade.
A TV Globo procurou a prefeitura de Camaragibe, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias
Reprodução/TV Globo
Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que Pernambuco possui o segundo pior índice de acessibilidade urbana do país, ficando à frente apenas do Amazonas.
Segundo a pesquisa, que tem como base dados do Censo 2022, cerca de 4,8 milhões de pernambucanos moram em ruas sem rampas. O número representa 65% da população urbana do estado.
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O estudo, que avaliou as características urbanísticas no entorno das residências, mostra que uma em cada seis pessoas que moram em áreas urbanas no estado vive em ruas sem estrutura para pessoas que têm dificuldade de locomoção.
Embora o cenário tenha melhorado em comparação com o Censo de 2010, quando 97,9% da população vivia em vias sem rampas, ainda há muito a ser feito para garantir a acessibilidade.
Na avaliação do arquiteto e urbanista Jaime Alheiros, que integra o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), embora o estado tenha avançado no calçamento, ainda deve na mobilidade esperada, inclusive para padrões brasileiros.
Um dos fatores que agravam o problema, segundo o especialista, é a falta de padronização das calçadas.
“Quando temos uma boa capacidade de locomoção, superamos os obstáculos. Mas, a partir de uma certa idade, ou com algum nível de déficit ou necessidade especial, as pessoas começam a sofrer muito na questão da mobilidade, como referência de distância para o solo. Então, tudo isso enseja o quê? Quedas, acidentes, aí vira um problema de saúde pública”, afirmou.
Calçadas com obstáculos
Além da falta de rampas, o levantamento do IBGE avaliou a presença de obstáculos nas calçadas, como acúmulo de lixo e ocupação de comércio. De acordo com o Censo do IBGE, apenas 8,48% da população pernambucana reside em vias com calçadas livres de obstáculos, o que equivale a cerca de 635 mil pessoas.
Uma das cidades pernambucanas com mais de 100 mil habitantes que têm menos ruas com calçadas é Camaragibe, no Grande Recife, que, de acordo com o levantamento, tem apenas 48,2% de vias com espaço reservado para pedestres.
A falta de acessibilidade no município é evidente até nos bairros mais movimentados, incluindo ruas transversais à Avenida Doutor Belmino Correia, uma das principais da cidade. Outro local prejudicado com a ausência de calçadas e pavimento é a Travessa Vera Cruz, no bairro de Santa Maria.
“Fica sem acesso para as crianças brincarem, o carro passa e as crianças ficam no meio da rua. A dificuldade é maior, porque não tem para onde correr”, comenta a consultora de beleza Viviane Brito, que mora na localidade.
A TV Globo procurou a prefeitura de Camaragibe, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
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