
Título de vencimento mais longo do Tesouro Direto, o RendA+ 2065 pode garantir um senhor pé de meia ao seu filho na vida adulta. Pensado pelo Tesouro Nacional como uma forma simplificada de planejar a aposentadoria complementar, o papel oferece um retorno impressionante no longuíssimo prazo, já que os juros reais (descontada a inflação) estão em um dos maiores patamares da história.
Planejadores financeiros apontam que o papel, que oferece o IPCA mais uma taxa, é uma forma interessante de garantir uma renda extra aos filhos quando forem adultos – e, de quebra, evitar que gastem o dinheiro poupado para o futuro deles de uma vez só.
Um exemplo: vamos supor que você tem um filho de 5 anos e R$ 32.558 para investir. Se aplicar o dinheiro no RendA+ 2065 hoje, ele terá a partir dos 45 anos uma renda extra de R$ 4.166,66 por mês ao longo de 20 anos – no total, terá recebido R$ 1 milhão na meia idade, um retorno extravagante de 2.971%.
É importante ressaltar que o valor será pago no futuro a valores de hoje, já que o papel é atrelado ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Portanto, corrige a inflação do período.
Se você tiver mais dinheiro disponível atualmente, pode garantir ao seu filho uma fonte de renda ainda maior. Se aplicar R$ 48.845 no RendA+ 2065, ele terá, a partir dos 45 anos, R$ 6.250 por mês livres de inflação até os 65 anos – o que, somado, dá uma bolada de R$ 1,5 milhão. Os cálculos foram feitos com base no retorno de IPCA + 7,34% ao ano oferecido pelo papel na manhã desta quinta-feira (13).
Agora, vamos supor que você queira ajudar o seu filho no início da vida profissional, aos 25 anos. Se aplicar R$ 127.486 no RendA+ 2045, com retorno de IPCA + 7,35%, ele terá uma renda mensal de R$ 4 mil por mês ao longo de 20 anos, totalizando R$ 960.000. O retorno seria de 653%.
Como investir no RendA+?
Mas como investir no RendA+? O Tesouro Direto oferece oito datas de vencimento possíveis para o papel, todos atrelados ao IPCA: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. Independentemente do prazo que escolher, o valor será devolvido ao investidor em 240 parcelas mensais consecutivas a partir do vencimento – ou 20 anos.
Para identificar o melhor título, o investidor deve acessar a página de simulação do Tesouro Direto e informar quantos anos tem, com que idade quer se aposentar, o dinheiro que tem para investir hoje, os aportes mensais que irá fazer e quanto pretende receber de renda mensal na aposentadoria.
O simulador então indicará o título mais adequado e quantos títulos é necessário comprar para alcançar o objetivo.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP pela Planejar (Associação Brasileira do Planejamento Financeiro), aponta que o investidor deve adquirir o papel com os prazos das necessidades financeiras futuras dos filhos em mente.
“Ao adquirir o título, você define a data de início dos pagamentos, permitindo planejar o recebimento da renda mensal em um período que coincida com as necessidades financeiras de seus filhos, como educação superior ou início da vida profissional”, aconselha o planejador.
Cuidado a tomar
Se o investidor precisar, é possível resgatar o RendA+ antes do vencimento, depois de 60 dias do início da aplicação – lembrando que, nesse caso, estará sujeito à marcação a mercado, o que poderá alterar o seu rendimento.
Leia também: B3 autoriza ETFs de FIIs a pagarem dividendos: “marco na indústria”
Esse é um cuidado importante a tomar ao investir no papel: ele foi pensado para ser levado até o vencimento, já que é um título para aposentadoria.
“A renda mensal será paga durante 20 anos e será corrigida pela inflação, preservando o poder de compra ao longo do tempo, mas lembre-se que o Tesouro RendA+ é um investimento de longo prazo, e resgates antecipados podem não ser vantajosos devido à marcação a mercado”, diz Patzlaff, planejador financeiro CFP.
Qual a diferença do RendA+ e dos outros títulos do Tesouro?
Assim como na previdência privada, o RendA+ prevê um período de acumulação e outro de conversão – no primeiro, acontece a formação da poupança para o futuro, e no segundo o recebimento do montante mais os juros. O valor vai sendo corrigido mensalmente pela inflação até a data final, para preservar o poder de compra do investidor.
Além disso, a B3 não cobra a tradicional taxa de custódia semestral para quem tem renda mensal de até seis salários mínimos e levar o papel até o vencimento.
Em caso de resgate antecipado, é cobrada taxa de 0,50% ao ano sobre o montante total (principal mais juros). Entre dez e 20 anos, a taxa cai para 0,20% ao ano; e acima de 20 anos, a cobrança é de 0,10% ao ano.
The post Meu filho milionário: com R$ 32 mil no RendA+, você dá a ele R$ 1 milhão no futuro appeared first on InfoMoney.