A novela entre Nissan e Honda teve mais uma reviravolta. Inicialmente, a Honda tinha forte interesse em tornar a rival sua subsidiária, o que levaria a formação do terceiro maior grupo automotivo do mundo. Mas as negociações não foram para frente.
- Relacionadas
A situação alarmante está colocando o cargo do CEO, Makoto Uchida, em cheque. O executivo admitiu que, do jeito que está, a Nissan não seria capaz de se reerguer sozinha.
“Na situação atual, é difícil acompanhar a concorrência apenas pela própria Nissan, então tivemos uma discussão séria sobre a proposta da Honda”, disse ele. “Não conseguimos ter confiança em quanto a independência da Nissan será garantida e se nosso potencial será totalmente realizado se a Nissan se tornar a subsidiária integral da Honda.
A proposta inicial de uma absorção da Honda parece fora de cogitação, mas investimentos vindos da rival e de outros empresas, como a taiwandesa Foxconn, não serão descartados, mesmo que Uchida precise ser demitido, conforme relatou o jornal Nikkei Business.
E parece ser questão de tempo para que Uchida seja desligado da montadora. Segundo as fontes do jornal japonês, uma reunião acontecerá no dia seis de março para decidir o futuro CEO. O mais cotado para assumir interinamente é o atual diretor financeiro Jeremy Papin, se tornando o responsável por retomar as negociações com a Honda.
Com a mudança na direção, os executivos da Nissan iriam focar em conseguir diferentes investidores para manter a montadora viva. Ou seja, poderíamos ver a Nissan recebendo algum tipo de ajuda que envolvesse não só a Honda, como também a Foxconn e a Mitsubishi, cujo a qual a Nissan é a acionista majoritária.
Do lado de Uchida, ele já falou abertamente que deixará o cargo se essa for a decisão do conselho. O CEO queria estabilizar os negócios da empresa antes do fim do seu contrato, em 2026.
Porém, a previsão de lucro de US$ 2,5 bilhões para o final do ano fiscal está longe de se realizar. Após os acionistas, Uchida disse que a empresa deve fechar o ano fiscal de 2024 — que termina neste mês de março — prejuízo líquido de US$ 536 milhões.