
A inteligência artificial deixou, há tempos, de ser uma promessa distante para se tornar parte do cotidiano de milhões de pessoas. Com a IA cada vez mais presente dentro de casa e integrada a uma série de equipamentos para proporcionar mais praticidade, eficiência e personalização para os usuários, é imprescindível termos uma clareza sobre o que, na prática, mudou nos aparelhos que usamos todos os dias.
O ponto de partida está no próprio design, com avanços tanto em hardware quanto em software. No hardware, a incorporação de chips dedicados à IA é um marco importante. Eles permitem que os equipamentos processem dados localmente, em tempo real, sem depender exclusivamente da nuvem. Isso garante mais agilidade nas respostas e maior segurança na manipulação de dados sensíveis. Essa capacidade embarcada está presente em uma nova geração de refrigeradores, lavadoras, fornos e aspiradores robôs, por exemplo.
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Do lado do software, a evolução é ainda mais perceptível. Enquanto os aparelhos convencionais executam comandos básicos — como ligar, desligar ou ajustar uma função — os modelos com IA são capazes de interpretar sinais, reconhecer padrões de uso e tomar decisões de forma autônoma. Um exemplo está nas lavadoras que conseguem identificar o tipo de tecido, o nível de sujeira e ajustar sozinhas o ciclo ideal, a quantidade de sabão e até o tempo e a temperatura da secagem. Tudo isso sem a necessidade de intervenção manual.
Nas geladeiras, a IA já permite identificar automaticamente quais alimentos foram colocados ou retirados, sugerindo receitas com base nos itens disponíveis. Esse processo envolve uma combinação de tecnologias como visão computacional, análise de contexto e algoritmos de recomendação. Em outras palavras, são múltiplas camadas de inteligência artificial operando em conjunto — o que aproxima essa AI do conceito de “IA Geral”, com capacidade de análise multifacetada, e não apenas restrita a tarefas específicas. Outro exemplo são os aspiradores robôs com reconhecimento de objetos, que conseguem desviar até de fios finos de celular, limpando o ambiente sem que o usuário precise reorganizar o espaço previamente. Isso é possível graças ao uso combinado de sensores, machine learning e processamento local embarcado.
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Naturalmente, essa transformação tecnológica traz desafios. Um dos principais é a percepção do consumidor. Ainda é comum associar IA apenas a assistentes de voz, quando, na verdade, os eletrodomésticos inteligentes e outros produtos variados já operam em níveis muito mais complexos, conectando-se com TVs, celulares e outros dispositivos em ecossistemas integrados. Outro ponto crítico é a segurança da informação. À medida que os aparelhos se tornam mais conectados e processam mais dados, cresce também a necessidade de soluções robustas de proteção. A indústria vem respondendo a essa demanda com o uso de plataformas de segurança embarcadas, armazenamento seguro em chips dedicados e uso de tecnologias como blockchain para garantir redes confiáveis entre dispositivos conectados.
Estamos diante de uma nova era nos eletrodomésticos, em que a IA permite que as máquinas deixem de ser meras executoras de comandos para se tornarem assistentes domésticas proativas. A evolução está só começando, e o potencial dessa transformação é enorme — seja para otimizar o consumo de energia, reduzir desperdícios ou simplesmente devolver tempo para o que realmente importa: viver melhor.
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