
O ouro renovou sua máxima histórica nesta quinta-feira (10), impulsionado pela busca de investidores por ativos seguros diante das preocupações com o impacto das tarifas sobre a economia global, mesmo após dados de inflação mais fracos nos EUA.
O metal precioso subiu até 3%, a US$ 3.175,07 por onça, superando o pico anterior registrado no início do mês.
A inflação subjacente nos EUA arrefeceu de forma ampla em março, sinalizando algum alívio para os consumidores antes da implementação generalizada de tarifas, que podem pressionar os preços. As bolsas americanas recuaram após um dos maiores fluxos de compra em anos, enquanto os títulos do Tesouro se recuperaram após a divulgação dos dados. O mercado passou a precificar três cortes de juros até o fim do ano, com chance de um quarto. Juros mais baixos tendem a favorecer o ouro, que não rende juros.
O ambiente segue incerto após o presidente dos EUA, Donald Trump, decretar uma pausa de 90 dias no aumento de tarifas que afetam dezenas de parceiros comerciais. Nesta quinta, as tarifas sobre importações chinesas chegaram a pelo menos 145%, somando uma alíquota de 125% referente a medidas “recíprocas” e tarifas adicionais em resposta às retaliações da China aos tributos americanos, segundo memorando da Casa Branca.
O movimento aumentou o ceticismo quanto à possibilidade de um desfecho rápido nas negociações comerciais, apesar de o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmar que os EUA estão “bem avançados” nas conversas com parceiros econômicos.
Os mercados financeiros têm oscilado diante da postura instável do governo Trump em relação às tarifas, em busca de clareza e direção. Esse cenário tem sustentado a valorização do ouro, tradicionalmente visto como reserva de valor. A alta acumulada do metal no ano chega a 21%, impulsionada também pela expectativa de mais afrouxamento monetário pelo Federal Reserve e compras por bancos centrais.
“Seguimos bastante otimistas com o ouro”, disse Dominic Schnider, chefe de commodities e moedas da Ásia-Pacífico no UBS Global Wealth Management, à Bloomberg Television. “O próximo passo será, em algum momento, a atuação do Fed — e isso impulsionará uma nova perna de alta para o ouro.”
O ouro à vista subia 2,8%, a US$ 3.168,65 por onça, às 11h52 em Nova York. O Bloomberg Dollar Spot Index recuava pelo terceiro dia seguido. A prata operava estável, enquanto a platina avançava. O paládio caía.
©2025 Bloomberg L.P.
The post Ouro atinge nova máxima com busca por proteção diante de incertezas sobre tarifas appeared first on InfoMoney.