
O Sport & Business Summit, promovido pelo InfoMoney, nesta terça (18), em São Paulo, mostra que há uma revolução em andamento no País na forma de gerir, transmitir e entregar valor ao esporte em prol do torcedor. Os novos modelos surgem por meio de sociedades anônimas de futebol (SAF), difusão por streaming e ações de marketing orientadas ao cliente.
O assunto ganhou tanta relevância nos últimos tempos que o InfoMoney passou a ter uma editoria exclusiva dedicada à cobertura de Negócios do esporte.
As palavras de Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, durante o Sport & Business Summit, parecem expressar em parte o que se passa no esporte, especificamente no futebol, com as mudanças ocorridas nos últimos tempos.
Segundo ele, menos pela necessidade de fazer caixa, a criação de SAF do clube “foi uma necessidade consciente para se adaptar ao mercado”. Além de considerar a lei das sociedades anônimas de futebol uma evolução, ele diz dar mais segurança para receber novos investimentos.
Formar jogador
Alex Bourgeois, sócio-investidor e presidente da Portuguesa SAF, que participou do mesmo painel do colega do Fortaleza no evento, aponta a urgência de resolver a situação financeira do clube a partir do novo modelo de administração permitido pela legislação.
“Nossa meta é resgatar o atleta”, afirma ele sobre um direcionamento importante dos clubes dentro do conceito de gestão moderna.
Marcelo Teixeira, presidente do Santos, presente no painel, considera também essencial a questão: “O objetivo principal é revelar talentos, tirar um jovem de uma situação de riscos para torná-lo um ídolo”, diz.
O dirigente destacou a importância da profissionalização do clube, gerindo-o como uma empresa, com metas a serem alcançadas.
Negócios de transmissão
O futebol é o grande “drive” para se atingir os objetivos de negócios de esporte no país, de acordo com Mauricio Portela, fundador e sócio da Live Mode, empresa de mídia e marketing esportivo responsável pela estruturação da CazéTV, um dos mais bem-sucedidos projetos fora da televisão de transmissão esportiva ao vivo.
Para ele, no modelo de difusão de som e imagem do esporte há espaço para todos, desde televisão aberta ou paga até a plataforma de streaming. Portela destaca que a multiplataforma levou o esporte às “massas”: “A pulverização foi muito importante nesse sentido”.
O paradigma quebrado pela Cazé TV, para o executivo da Live Mode, é um grande indutor de se pensar o esporte brasileiro em outro patamar de desenvolvimento.
Fabio Laudisio, Associate Vice President da NBA Latam, que esteve no mesmo painel de Portela no Sport & Business Summit, destaca a experiência da poderosa liga americana de basquete no Brasil, que tem o impressionante número de 53 milhões de torcedores brasileiros.
Para aproximar ainda mais o torcedor brasileiro da NBA, ele cita a importância da NBA House, que tenta reproduzir no Brasil a atmosfera dos jogos da liga de basquete nos Estados Unidos. A NBA House é uma área interativa de 5 mil metros quadrados, localizada em São Paulo. Laudisio prefere chamar o espaço de “plataforma”, o ambiente moderno – embora físico – de se relacionar com os fãs.
Marketing orientado
Lisandro Lopes, CMO da XP, também presente neste painel, destaca a importância de associar marcas ao esporte, com a própria XP já faz. Ele vê esses novos ambientes esportivos como um grande propulsor do marketing orientado ao cliente.
A parceria entre a XP e a NBA e a NFL, a liga de futebol americano dos EUA, é, segundo ele, uma dessas grandes experiências de converter uma ação em grandes negócios.
Direções
Para embasar essa transformação em progresso no esporte e dar pistas de ajustes de percursos necessário, uma pesquisa exclusiva do InfoMoney, conduzida pela TM20 Branding e a Brazil Panels, foi apresentada no Sport & Business Summit.
Os dados mostram, por exemplo, que, de todas as opções que os torcedores possuem atualmente para assistir a jogos de futebol, somente 15% preferem ir ao estádio.
Por outro lado, 76% optam em assistir pela televisão as partidas, seja aberta ou por assinatura.
No painel que apresentou e debateu os resultados da pesquisa, Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding, aponta que os torcedores perceberam que é quase impossível adquirir ingresso do clube de primeira linha do país sem ser sócio-torcedor, embora o modelo implantado há algum tempo atrás tenha trazido benefícios financeiros para os clubes.
Sobre as SAFs, 60% dos entrevistados enxergam o modelo como positivo. Mas quando questionado sobre a adoção da sociedade anônima pelo seu clube do coração, muitos demonstram resistência.
Claudio Vasques, CEO Brazil Panels, participou também desse painel. A pesquisa, em meio à pulverização maior dos direitos de transmissão, indica que as pessoas seguem preferindo ver jogos de futebol pela televisão aberta (57%).
No fundo, muitos modelos já existentes na indústria do esporte vão coexistir com os novos. A revolução do esporte não vai apagar o passado. Ela vem para melhorar, acima de tudo, a experiência de quem o consome, com mais opções para interagir com suas paixões esportivas.
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