Na madrugada do dia 14 de março de 2025, os brasileiros terão a oportunidade de testemunhar um dos fenômenos astronômicos mais impressionantes e raros: um eclipse lunar total. O evento, que deixará nosso satélite natural numa cor vermelha, promete ser visível para a maior parte do país – isso desde que as condições climáticas permitam, claro.
O fenômeno não é apenas um deleite visual, mas também um momento de grande interesse científico e cultural. Ao longo da história, eclipses lunares têm fascinado civilizações, inspirado mitos e impulsionado avanços na compreensão dos movimentos celestes. Agora, é nossa vez de participar desse evento cósmico. Mas, afinal, por que, e como, a lua vai ficar vermelha?
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O que é um eclipse lunar?
Antes, vamos entender o que é um eclipse lunar. Um eclipse lunar ocorre quando a Terra se posiciona precisamente entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre a superfície lunar. Este alinhamento, conhecido como sízígia, não acontece em todas as luas cheias devido à inclinação da órbita lunar em relação ao plano da órbita terrestre. Quando as condições são consideradas perfeitas, testemunhamos o fenômeno.
Existem três tipos principais de eclipses lunares:
- Eclipse penumbral: ocorre quando a Lua passa pela penumbra (parte mais externa da sombra da Terra), resultando em um leve escurecimento de sua superfície.
- Eclipse parcial: neste caso, apenas uma parte da Lua entra na umbra (parte mais escura da sombra da Terra), criando a impressão de que uma “mordida” foi tirada do disco lunar.
- Eclipse total: acontece quando a Lua mergulha completamente na umbra da Terra, apresentando a coloração avermelhada.
O eclipse total que ocorrerá em 14 de março é do tipo mais raro. Durante aproximadamente uma hora, a Lua ficará totalmente imersa na umbra terrestre.
Lua de sangue
Mas por que, afinal de contas, a Lua não some totalmente quando ela entra na sombra da Terra – e, ao contrário disso, fica super evidente na cor vermelha? É tudo culpa de um fenômeno chamado espalhamento Rayleigh. Batizado em homenagem ao Nobel de Física John William Strutt (1842 – 1919), conhecido como 3º Barão de Rayleigh, o espalhamento diz respeito à dispersão da luz emitida pelo sol na atmosfera terrestre.
Os gases e as partículas presentes na atmosfera fazem com que diferentes comprimentos de onda (ou seja, diferentes cores), espalhem-se de forma distinta, resultando em diferentes efeitos visuais. Durante o dia, as cores azul e violeta espalham-se mais, e por isso vemos o céu azul.
Já no nascer ou pôr do sol, quando muda o ângulo em que incidem os raios solares, as cores vermelho e laranja conseguem se espalhar mais, e por isso as vemos no horizonte.
Mas o que isso tudo tem a ver com a Lua de Sangue? O Observatório Nacional explica: “O aspecto avermelhado da Lua durante o eclipse total se deve à forma como a luz do Sol interage com a atmosfera terrestre. Mesmo totalmente encoberta pela sombra escura da Terra, a Lua ainda recebe luz solar indiretamente, filtrada pela atmosfera”.
Em resumo, é o mesmo efeito visual de um pôr do sol, mas projetado diretamente na lua!
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