Você sabia que o Nazismo não surgiu de forma súbita ou inesperada? A ascensão de Adolf Hitler (1889-19455) ao poder em 1933 foi o estopim de uma série de eventos e condições sociais, políticas e econômicas que prepararam o terreno para o regime totalitário que dominaria a Alemanha e causaria destruição em grande parte do mundo.
Ou seja, antes de Hitler ser nomeado chanceler, o Nazismo foi crescendo de forma lenta, mas constante, aproveitando as fragilidades de um país devastado pela Primeira Guerra Mundial e pela instabilidade política interna.
Os primeiros sinais começaram a ser visíveis em momentos chave como a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, a imposição do Tratado de Versalhes, que trouxe uma série de retaliações à Alemanha, e o fracasso da República de Weimar, que não conseguiu estabilizar o país. Esses fatores geraram uma onda de frustração, revanchismo e desesperança entre os alemães, muitos dos quais se voltaram para soluções radicais.
A ascensão de Hitler não se deu apenas por sua habilidade como orador ou líder, mas também pela maneira como soube explorar o mal-estar da população e manipular a crise para se tornar a figura central do movimento nazista.
O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) que ele liderava cresceu dentro de um contexto de profunda instabilidade, contando com um discurso nacionalista radical que apelava ao orgulho perdido da nação e prometia restaurar a grandeza da Alemanha, esmagando inimigos internos e externos.
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A formação de grupos paramilitares, o uso da propaganda e a exploração da crise econômica como uma plataforma política ganharam força a partir de 1919, quando o Partido Nazista foi fundado, até o momento crucial em 1933, quando Hitler finalmente assumiu o poder.
Essa história não pode ser entendida apenas como o surgimento de um partido político, mas sim como a emergência de um movimento que soube explorar a fragilidade do sistema democrático e a polarização social da Alemanha pós-guerra.
Quer entender melhor os primeiros sinais de que o Nazismo tomaria conta do país? O GUIA DO ESTUDANTE fez um resumo sobre o tema. Confira:
1. A Primeira Guerra Mundial e suas consequências
Como já mencionado, a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, que terminou em 1918, deixou o país devastado. Além das perdas territoriais e do impacto emocional da derrota, a nação foi obrigada a assinar o Tratado de Versalhes, um acordo que impôs pesadas reparações econômicas e limitou sua capacidade militar.
Esse tratado gerou um clima de humilhação nacional e ressentimento entre os alemães, que sentiram que haviam sido tratados de maneira injusta. Essa frustração com as condições pós-guerra abriu espaço para movimentos extremistas, incluindo os que seriam as bases do Nazismo.
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2. A crise econômica de 1929

A crise econômica de 1929, conhecida como Grande Depressão, teve um impacto devastador na Alemanha. O desemprego disparou, a produção industrial caiu drasticamente e o nível de vida da população despencou. Esse cenário de pobreza e incerteza social foi uma oportunidade para o crescimento de movimentos radicais, como o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), liderado por Adolf Hitler.
O discurso de Hitler, que prometia restaurar a ordem e a prosperidade, atraiu muitas pessoas que se encontravam em uma solução para os problemas econômicos do país.
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3. O fracasso da República de Weimar

Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha passou a viver sob um regime democrático, a República de Weimar. No entanto, esse governo enfrentou diversas dificuldades, como a hiperinflação de 1923, a instabilidade política e a oposição de grupos de extrema-direita e extrema-esquerda.
A incapacidade do governo de Weimar de lidar com as crises econômicas e políticas fez com que a população começasse a desconfiar do sistema democrático e procurasse alternativas autoritárias, como o Nazismo. A fragilidade da República de Weimar facilitou a ascensão de Hitler, que prometia uma alternativa mais forte e decisiva.
4. O uso da propaganda e da retórica nacionalista

Desde os primeiros anos de atividade política, Hitler e os nazistas utilizaram intensamente a propaganda para promover seus ideais. Por meio de discursos inflamados, manifestações públicas e publicações, o Partido Nazista começou a cultivar uma imagem de poder e de unidade nacional, baseada na ideia de que a Alemanha tinha sido “traída” por outras nações e deveria retomar sua glória perdida.
A retórica nacionalista e racista, centrada na superioridade da “raça ariana” e no ódio aos judeus e comunistas, começou a se espalhar pela sociedade alemã.
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5. O ‘Putsch da Cervejaria’ e a prisão de Hitler (1923)

Em 1923, Hitler tentou dar um golpe de Estado, o famoso “Putsch da Cervejaria”, com o objetivo de derrubar o governo da Baviera e, a partir daí, tomar o poder nacional. Embora o golpe tenha falhado e Hitler tenha sido preso, esse evento teve um grande impacto na sua trajetória política.
Durante sua prisão, ele escreveu seu livro Mein Kampf (“Minha Luta”), no qual detalhava suas ideias sobre o futuro da Alemanha e do mundo, incluindo a necessidade de expansionismo territorial e a subordinação de outras etnias. Ao ser libertado, Hitler já era uma figura conhecida em todo o país e seu movimento ganhou força.
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6. O crescimento do Partido Nazista e a organização paramilitar

Nos anos seguintes, o Partido Nazista ganhou crescente apoio, especialmente entre os militares, ex-combatentes e setores da classe média que temiam a revolução comunista. As organizações paramilitares, como as SA (Sturmabteilung) e, posteriormente, as SS (Schutzstaffel), desempenharam um papel crucial na intimidação de adversários políticos e no fortalecimento da imagem do partido. Esses grupos violentos ajudaram a espalhar o medo e a desordem, ao mesmo tempo que promoviam a ideia de um governo forte e autoritário.
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7. O pacto com os conservadores e o caminho para a ascensão ao poder

A aliança com setores conservadores, como os militares e grandes industriais, foi outro fator crucial para a ascensão de Hitler. Muitos desses grupos acreditavam que poderiam controlá-lo e usá-lo para seus próprios interesses, ao mesmo tempo em que viam nele a pessoa capaz de estabilizar a Alemanha e derrotar o comunismo.
Esse pacto entre os nazistas e as elites conservadoras foi o último passo para a nomeação de Hitler como chanceler da Alemanha, em 30 de janeiro de 1933, e a consolidação do regime no país.
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