Vladimir Pinto, head de saneamento da XP, participou do programa Morning call da XP nesta quarta (26) e disse que o marco do saneamento, sancionado em 2020, foi essencial para a privatização da Sabesp (SBSP3) ano passado.
O marco estipula universalização dos serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto. Pela lei, 99% da população deverá ter acesso à água tratada, e 90% à coleta e tratamento do esgoto.
Universalização
“A Sabesp tem o desafio grande da universalização. Estamos falando de um plano de investimento de mais de R$ 70 bilhões. E o grande desafio é o serviço de esgoto tanto a coleta quanto o tratamento até 2029”, ressaltou. A concessão da Sabesp prevê a universalização quatro anos antes da data estipulada pelo marco de saneamento, que é até 2033.
“O marco de saneamento foi algo muito importante para o setor. Trouxe um novo ânimo. Mesmo estados que não querem privatizar, estão tendo que fazer alternativa, como as PPPs (parcerias público-privadas) para conseguir atender a meta que o marco coloca de 2033”, afirmou.
No caso da Sabesp, observando o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), a empresa apresenta números operacionais positivos, conforme a XP também apontou em relatório. “O resultado animou o mercado, mostrando que esse ano, principalmente no segundo semestre, a companhia deve ser bem mais eficiente”, destacou.
PDV
Mas ainda assim, o balanço, de acordo com Vladimir Pinto, veio “bastante poluído por ajustes” na empresa. “O principal foi o PDV (programa de demissão voluntária) que a empresa realizou. Cerca de 2.000 funcionários aderiram”, apontou o analista.
“Esse PDV gerou um custo de R$ 670 milhões, mas a empresa vem recuperando de forma muito rápida (esse recurso)”, avaliou. O EBITDA ajustado de R$ 2,989 bilhões no 4T24 ficou 5% acima das estimativas da XP, explicado principalmente pela redução das despesas operacionais a partir da iniciativa do PDV, que levou à diminuição das despesas com pessoal no período.
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