
A Suzano (SUZB3), maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, anunciou um aumento de preço de US$ 20 por tonelada na Ásia e um aumento de US$ 60 por tonelada na América do Norte e Europa, efetivo para pedidos de abril.
Com o aumento, o BBI prevê que os preços chineses atinjam o nível de US$ 610 a 620 por tonelada (t), enquanto os preços na Europa devem atingir o nível de US$ 1.280/t. Este é o quarto aumento de preço consecutivo anunciado em 2025.
Segundo a empresa, o aumento é impulsionado pelos fundamentos do mercado, que incluem a paralisação da produção da Chenming na China, um grande número de paradas programadas em fábricas de celulose no Brasil e o aumento da produção de celulose solúvel na unidade da Bracell em Lençóis Paulista.
O Itaú BBA realizou um evento com o diretor global de vendas de celulose e logística da Suzano, Leonardo Grimaldi, e a diretora de RI, Camila Nogueira, para discutir os resultados da Shanghai Pulp Week (SPW).
O BBA disse que a empresa continua otimista com o ciclo da celulose à frente, destacando surpresas positivas recentes na dinâmica de mercado, o que apoia a decisão de anunciar um aumento de preço de US$ 20 por tonelada para a Ásia nas remessas de abril.
A equipe de BBA também comenta que as perspectivas para a celulose no curto prazo são sólidas, e o momento deve continuar positivo.
A empresa também mencionou fatores favoráveis para o setor devido a eventos inesperados tanto na oferta quanto na demanda. Além disso, a substituição fibra por fibra pode acelerar devido ao aumento das tarifas de importação nos EUA e aos altos níveis de spread entre softwood (fibra longa) e hardwood (fibra curta).
O Itaú BBA manteve classificação de compra e preço-alvo de R$ 77.
Embora os aumentos de março tenham enfrentado alguma resistência dos compradores de celulose, o BBI comenta que os preços foram implementados com sucesso — o que deve ser refletido nos índices FOEX e de revenda nas próximas semanas.
Apesar do ceticismo dos investidores sobre um ciclo de alta de celulose estendido, o BBI disse que ainda não vê nenhuma pressão iminente de queda nos preços e mantém sua visão de preços de celulose de madeira dura em média US$ 600/t em 2025.
O BBI manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo R$ 85, cujas ações estão sendo negociadas a um atraente Valor da Firma (EV)/Ebitda de 5,3 vezes e rendimento de fluxo de caixa (FCF) de 14% em 2025.
Se o aumento de preço anunciado for mantido, o Morgan Stanley calcula que os preços líquidos de BEKP (celulose de eucalipto branqueada) para abril na China fiquem entre US$ 605 e US$ 625 por tonelada. Isso representa um aumento em relação à a previsão de preço do banco para o 2T25, de US$ 537 por tonelada, e à média estimada para 2025, de US$ 578/t. Esse cenário é positivo para Suzano, Klabin, que possui classificação de compra e preço-alvo de R$ 82.
O Morgan lembra que o aumento de preço de março ainda não foi implementado. No entanto, o feedback da Shanghai Pulp Week indica que a probabilidade de o aumento de abril ser implementado é limitada, já que os compradores estariam rejeitando o aumento de março devido à disponibilidade significativa de cavacos de madeira, incertezas em relação às tarifas, às implicações para o crescimento econômico global e à possível retomada da capacidade de produção de Chengming.
A XP disse que o anúncio veio em linha com sua visão de que os eventos recentes do lado da oferta devem sustentar estáveis ou leves aumentos nos preços da celulose no curto prazo.
Em termos de valuation, a XP vê a Suzano sendo negociada a Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 5,2 vezes de 2025, o que representa 22% de desconto em relação à média histórica de 6,8 vezes (e com desconto de 13% em relação aos pares do mercado de celulose) e preços implícitos de BHKP de US$ 540 e 550 por tonelada aos preços atuais do SUZB3. Já a Klabin é negociada a um EV/Ebitda de 6,8 vezes em 2025 contra histórico de 8,5 vezes e pares integrados de 6,8 vezes.
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