
A revista The Economist corrigiu um trecho de artigo publicado em 16 de abril sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), mais especificamente uma declaração atribuída ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, a respeito da eleição de 2022.
A versão original do texto afirmava que Barroso teria dito que o STF “derrotou Jair Bolsonaro”. A correção esclarece que o ministro mencionou a “derrota do bolsonarismo”, e não do ex-presidente em si.
A declaração de Barroso foi feita em 13 de julho de 2023, durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), no qual o ministro foi vaiado por participantes que criticavam sua atuação em temas como o piso salarial da enfermagem e o impeachment de Dilma Rousseff. Em resposta, Barroso afirmou: “Nós derrotamos a censura, a tortura e o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

STF marca julgamento de Carla Zambelli por invasão ao sistema do CNJ
O julgamento ocorrerá em plenário virtual e terminará em 16 de maio

STF intima Bolsonaro no hospital para dar início à ação penal por tentativa de golpe
Ex-presidente está internado na UTI, mas participação em live motivou oficial de Justiça a entregar citação no leito
A matéria da Economist, intitulada “A Suprema Corte do Brasil está em julgamento”, critica o protagonismo político do STF e alerta para o risco de agravamento da crise de confiança da população com a Corte.
A publicação questiona, entre outros pontos, a ausência de julgamento no plenário das ações penais contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e critica decisões monocráticas de ministros, como Dias Toffoli, no contexto da Lava Jato.
Resposta do STF e reação de Barroso
Barroso rebateu a crítica da revista afirmando que o julgamento em curso contra Bolsonaro está em conformidade com o regimento do STF, que desde dezembro de 2023 prevê que ações penais contra altas autoridades tramitem nas turmas e não no plenário. Segundo ele, mudar essa regra seria a exceção, não a norma.
“A regra de procedimento penal em vigor no tribunal é a de que ações penais contra altas autoridades sejam julgadas por uma das duas turmas do tribunal, e não pelo plenário. Mudar isso é que seria excepcional”, disse Barroso.
Ele também defendeu o ministro Alexandre de Moraes, citado no artigo como um “juiz estrela” com “poder excessivo”. Para Barroso, Moraes cumpre “com empenho e coragem” o papel de proteger as instituições democráticas, sempre com o respaldo do colegiado, e não de forma isolada.
Narrativas em disputa
Barroso criticou o tom da matéria da Economist, afirmando que ela se aproxima mais do discurso de quem tentou o golpe de Estado do que da realidade institucional do país. “O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”, declarou.
Segundo o presidente do STF, o tribunal tem atuado para evitar o colapso institucional observado em outras democracias, da América Latina ao Leste Europeu.
The post ‘The Economist’ corrige fala de Barroso e acende debate sobre atuação do STF appeared first on InfoMoney.