
Formado em administração de empresas pela FGV e sistema de informações pela Mackenzie, Nicholas Kawasaki conheceu a renda variável em 2006. Dez anos depois passou a se dedicar exclusivamente ao mercado financeiro. “Larguei tudo para operar”, diz o trader, que é também analista com Certificação Nacional do Profissional de Investimento (CNPI).
Ele sempre operou com mini-índice, minidólar e ações no day trade, mas em 17 de abril do ano passado, no primeiro dia de negociação do contrato futuro de Bitcoin (BITFUT) na B3, decidiu incluir a criptmoeda entre os seus ativos operados no intraday. “Segurei um pouco a expectativa. Mas quando comecei a olhar o contrato futuro de Bitcoin, já gostei”, afirma ele.
Volatilidade
“Nos primeiros dias foi uma maluquice, porque não tinha tanto volume, mas agora ele ganhou corpo. O Bitcoin tem essa característica da volatilidade tanto no intraday como de um dia para o outro. Hoje, é um dos ativos que mais tenho dado foco”, conta. “Ele se desenvolveu muito bem. Cada dia que passa o volume aumenta e a liquidez melhora”, acrescenta.
Ele lembra que quando ocorreu no segundo semestre do ano passado o rali do Bitcoin, quando a vitória de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos começou a se materializar, ficou com pé atrás.
“Ali, já comentava com os amigos que tem posição em Bitcoin que quando Trump assumir, a possibilidade de realização seria grande”, diz. O valor de US$ 100 mil alcançado pela moeda digital no final de 2024, para o trader, teve efeito mais “psicológico”.
Mercado assentou
“Subiu muito por conta da eleição do Trump, do que ele ia fazer, ações e medidas que ia tomar com o Bitcoin pelo fato dele ser favorável as moedas digitais”, afirma. “Mas depois foi uma questão do mercado se assentar”, complementa.
Nesse ano, Nicholas Kawasaki enxerga o mercado fazendo algumas realizações com a moeda digital, o que é visto por ele como “normal”. Para o trader, “US$ 100 mil pode levar algum tempo para retomar”. O espaço para queda ainda é maior do que “chegar a US$ 100 mil”, avalia.
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Antes de ir para o mercado financeiro, Kawasaki trabalhou em uma multinacional de TI na implantação de redes. Depois, foi para comércio trabalhar com os pais. Em 2016, ele foi para uma corretora, onde permaneceu até o ano passado. Hoje, opera no mercado financeiro por sua conta.
Dentro do day trade, diz que o BITFUT ocupa cerca de 30% do que faz de operação no mercado financeiro. “Como venho obtendo bons resultados, tenho aumentado a participação com o ativo”, diz ele.
24 horas
O trader ressalta o funcionamento de operação da criptomoeda. “Quando abre na B3, ele tem a variação do preço durante a madrugada, já que o mercado de Bitcoin opera 24 horas por dia”, cita. “Há também uma possível especulação em função da variação do dólar, já que ele é cotado na moeda americana”, acrescenta. “Tem duas variáveis compostas dentro desse ativo que traz uma dinâmica legal para ele”, diz.
“Gosto do BITFUT na B3 pela segurança, pela transparência, e é registrado no mercado financeiro nacional. É um contrato legal para você operar”, afirma.
Kawasaki atua no mercado financeiro com análises de gráfico e de fluxo ao mesmo tempo. “Sou um grande defensor de juntar gráfico e fluxo, seja para o mini-índice, minidólar, ações e BITFUT. Gosto de tentar juntar áreas importantes do gráfico com a leitura de fluxo”, afirma.
Ainda sobre operação do BITFUT, o trader alerta a importância de entender a alta volatilidade do ativo para operá-lo. “Isso é importante para quem está começando. Sempre comece devagar. Se vai opera um ativo volátil, é bom ter um gerenciamento de risco para isso”, diz.
“O BITFUT é um ótimo ativo, está com liquidez, tem volatilidade e volume, mas precisa estar com gerenciamento de risco em dia”, conclui.
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