Potencializar eventos, debates e ações de conscientização nesse dia é fundamental para fortalecer a inclusão e garantir mais direitos à população trans — um dos grupos mais afetados quando o assunto é violência. Essas iniciativas ajudam a traçar caminhos para proteger essas pessoas, que têm direitos assegurados por lei, e conscientizar a sociedade de que ninguém deve ser agredido simplesmente por existir.
O crescente movimento de resistência, ativismo e avanço na garantia de direitos, como o reconhecimento do nome social e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a retificação de nome e gênero sem necessidade de cirurgia, reforça a urgência de políticas públicas eficazes. A Lei Maria da Penha (N°11.340/2006) também é um exemplo das conquistas sociais para a comunidade trans, que em 2025, após decisão unanime do (STF), passa a contemplar também as mulheres trans.
Pessoas Trans
• Não-binárias: Pessoas que não se identificam exclusivamente como homem ou mulher e podem fluir entre os dois gêneros.
• Gênero neutro: Pessoas que se identificam com um gênero neutro ou sem gênero, não se veem nem como homem nem como mulher.
• Mulheres trans: Pessoas que foram designadas como do sexo masculino ao nascer, mas que se identificam e vivem como mulheres.
• Homens trans: Pessoas que foram designadas como do sexo feminino ao nascer, mas que se identificam e vivem como homens.
Lutas, Desafios e Conquistas
A transfobia é, sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados por pessoas trans, que enfrentam situações como exclusão social e dificuldades no acesso a direitos básicos, como educação, saúde e trabalho. Desde 2019, a transfobia é considerada crime no Brasil, mas, ainda assim, o preconceito persiste na sociedade, vitimando esse grupo em números alarmantes.
Em Comparação com 2023, houve uma queda de 16% no número de assassinatos de mulheres trans e travestis em 2024 no Brasil. Mesmo assim, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. A 8ª edição do dossiê sobre o atual cenário deste grupo na sociedade revela o porquê do lema do ANTRA: “Resistir pra existir, existir pra reagir”.
Na política, na cultura, na moda, na educação, nos negócios, e onde desejarem estar — é assim que deveria ser. Erika Hilton, Duda Salabert, Liniker, Maite Schneider e a Gabriela Augusto são exemplos de mulheres que desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento do país, atuando como deputadas, ambientalistas, professoras, compositoras, palestrantes e empresárias. Acima de tudo, são cidadãs de direitos.
A transformação que buscamos exige respeito mútuo, cumprimento das leis e reconhecimento dos direitos e deveres. Não podemos continuar invisibilizando pessoas trans que estão, diariamente, lutando por sobrevivência e por seu espaço de direito. Nenhum de nós deve ficar de fora, e esse grito deve ser ecoado com força e coragem.
Como podemos construir futuros possíveis?
Para construir futuros possíveis, é preciso ter intencionalidade. Algumas formas de promover essa mudança incluem:
• Contratar pessoas trans, ampliando a diversidade nas equipes e enriquecendo o espaço corporativo com diferentes vivências e perspectivas.
• Conviver com pessoas trans em seus círculos sociais, contribuindo para a normalização e aceitação dessas identidades, ajudando a desconstruir estigmas.
• Respeitar a identidade de gênero e o uso correto dos pronomes, garantindo que essas pessoas tenham liberdade para expressar quem são, inclusive no direito de usar o banheiro que essas pessoas desejam.
• Refletir sobre a representatividade trans ao seu redor: Quantas pessoas trans fazem parte da sua vida? Essa pergunta pode ajudar a entender o nível de inclusão e visibilidade dessa comunidade no seu dia a dia.
A verdadeira inclusão só será possível quando todos, todas e todes forem respeitados em sua totalidade.
Nota: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Vogue Brasil.
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